A União Europeia acelerou rumo à meta de zerar as emissões de CO2 de veículos nas cidades. Os ministros do meio ambiente dos 27 países integrantes do bloco fecharam no dia 29 de junho um acordo com cinco propostas de lei para proibir, em 2035, as vendas de carros movidos a combustíveis fósseis, informa o The Guardian.
O projeto contempla também a criação de um fundo de € 59 bilhões para aliviar o custo que a adoção dessa nova política possa ter para pessoas de baixa renda. Isso porque existe uma proposta de aumentar o custo de combustíveis poluentes usados em transportes, uma medida que afetará o bolso de muitos europeus.
Essas medidas fazem parte de um pacote para reduzir as emissões e frear o aquecimento global. Seu principal objetivo é garantir que a União Europeia —o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa do mundo– atinja a meta de reduzir em 55% as emissões líquidas de CO2 em 2030 (em relação aos níveis de 1990).
“A crise climática e suas consequências são claras e, portanto, esse tipo de política é inevitável”, afirmou ao The Guardian o chefe de política climática da União Europeia, Frans Timmermans, após a reunião. Ele acrescentou que a invasão da Ucrânia pela Rússia —um grande fornecedor de gás— está estimulando os países europeus a abandonar os combustíveis fósseis mais rapidamente.
Pelo acordo, os ministros de todos os países da União Europeia apoiam um pacote de medidas que inclui uma lei que exige que os carros novos vendidos no bloco emitam zero CO2 a partir de 2035. Na prática, isso significa não mais vender carros com motor de combustão interna.
“Mente aberta” sobre biocombustíveis
Ao fechar esse acordo, a proposta caminha para se tornar lei no bloco todo —a redação final só pode ser feita após negociação das condições com o parlamento da União Europeia, que já apoiou a meta de carros carbono zero para 2035.
Um ponto importante é que a Alemanha, maior mercado de automóveis da União Europeia, manteve a meta em 2035 e pediu aos demais países que avaliassem em 2026 se veículos híbridos ou que rodam com combustíves neutros em CO2 (como biodiesel e bioetanol) poderiam ajudar a cumprir a meta.
Hoje, os veículos híbridos não oferecem cortes de emissões suficientes e os combustíveis alternativos ainda são caros, mas Timmermans disse que a comissão “manterá uma mente aberta” sobre essas questões