5 livros sobre comida para quem gosta de boas histórias

A gente traz algumas dicas saborosas (e outras audaciosas) para quem quer rechear sua biblioteca

Além da Páscoa, neste domingo (9) também se celebra o Dia Nacional da Biblioteca —uma boa ocasião para falarmos de livros sobre comida.

Os livros nos emocionam, nos ensinam e nos divertem, e é uma delícia colecionar aqueles dos quais mais gostamos. Para quem, como nós, é fã de culinária e de boas histórias, o iFood News reúne cinco indicações de livros sobre comida que são também um passaporte para novos mundos e experiências deliciosas (ou não).

Além de cair bem na biblioteca de quem adora um bom garfo, alguns podem ser acompanhados de filmes ou documentários, que também indicamos como aperitivo (ou será a sobremesa?). Vem com a gente!

“Cozinhar: uma história natural da transformação” (Michael Pollan)

Como cada elemento da natureza transforma os alimentos —e a nossa própria cultura? Partindo dessa pergunta, o jornalista Michael Pollan nos leva a uma divertida viagem pelos Estados Unidos para entender a nossa relação com o fogo, a água, a terra e o ar e como os usamos para criar nossos pratos favoritos ao longo da nossa evolução como seres humanos.

Curioso, ele vai atrás de mestres, simples e sofisticados, que nos contam o segredo do churrasco de porco norte-americano, ensinam a fazer pão e trazem reflexões sobre a misteriosa fermentação (dadas por uma freira doutorada em microbiologia). 

Pollan põe o avental e aprende cada receita para depois nos contar como podemos participar dessas aventuras sem sair da nossa própria cozinha. No final, quem sai transformado somos nós: depois de ler esse livro, é difícil não repensar a nossa relação com as plantas, os animais, os produtores e até com a nossa cultura.

Para ver: o livro fez tanto sucesso que virou uma série da Netflix, “Cooked”. Aqui a história também é dividida em quatro elementos (fogo, água, ar e terra), mas agora ganha o mundo, com passeios para mostrar tradições em diferentes países, como Austrália e Marrocos.

“Minha vida na França” (Julia Child e Alex Prud’homme)

No mundo da culinária existem muitas celebridades, mas poucas figuras são mais carismáticas do que a norte-americana Julia Child, autora de um pioneiro livro de receitas que ensina as técnicas francesas para seus conterrâneos. 

Em 1948, ela pegou o navio e deixou sua terra natal, no interior da Califórnia, para acompanhar o marido, escalado para trabalhar em Paris. Assim que deu a primeira garfada em um típico prato francês —um peixe grelhado com molho de manteiga e limão—, ela se apaixonou pela comida francesa. 

Determinada a aprender a cozinhar, Julia se matriculou na prestigiosa escola de gastronomia Cordon Bleu, onde ninguém acreditava que aquela americana desastrada se tornaria uma boa cozinheira.

Ela conta a história dos seis anos que viveu intensamente em Paris com muitas pitadas de humor, revelando o que há de mais apaixonante —e irritante— na cultura francesa.

Para ver: para ter um gostinho da personalidade de Julia Child, vale ver o filme “Julie e Julia”, onde sua história se mescla à da blogueira Julie Powell, que se desafia a preparar, em um ano, as 524 receitas do livro de Julia.

“Não é sopa” (Nina Horta)

Se a crônica é o estilo mais saboroso de escrita, o que dizer desse livro que compila os textos que Nina Horta publicou no jornal Folha de S. Paulo por mais de uma década? 

Ela tem o dom de transformar em saborosos textos até mesmo os mais aborrecedores acontecimentos cotidianos (como constatar que o leite derramou enquanto você ia pegar, lá fora, o jornal que passou a madrugada na chuva).

Nina fala com leveza dos livros que leu, de reformas na cozinha, do nosso comportamento… Entre as histórias e as reflexões que ela compartilha, tem também muitas receitas, desde as mais práticas, como mingau e polenta de micro-ondas (de quando ela parou de implicar com esse eletrodoméstico), até “comidas da alma” bem brasileiras, como frango com quiabo.

E, para quem quiser repetir, tem mais: outra coletânea de crônicas é “O frango ensopado da minha mãe”, que traz mais dessas histórias (e receitas) deliciosas. Vale a pena ter na biblioteca de livros sobre comida.

“Como água para chocolate” (Laura Esquivel)

Mesclar uma história de vida mágica e trágica com pitadas de típicas (e detalhadas) receitas mexicanas é a receita do sucesso desse livro da escritora Laura Esquivel. O livro acompanha a protagonista, Tita, desde que nasceu —literalmente dentro da cozinha de casa, acompanhada de uma torrente de lágrimas que se espalhou da mesa para o piso todo.

Já deu para perceber que é um livro de realismo fantástico, prato cheio para quem gosta do gênero. Cada capítulo começa com uma receita —do famoso chili até a sofisticada codorna em pétalas de rosa— e traz uma parte importante da vida de Tita, que se dedica à cozinha enquanto vive às rusgas com a mãe e de coração partido por causa de um amor que considera impossível.

Cada prato que ela serve causa um efeito inesperado em quem prova: alguns sensuais, outros repelentes. Para Tita, os ingredientes não são a parte mais importante para servir essas iguarias que mudam o destino das pessoas, e sim o amor com que preparamos a receita. Você concorda?

Para ver: a história de Tita também é contada no filme “Como água para chocolate”, de 1992.

“Em busca do prato perfeito” (Anthony Bourdain)

Será que em algum lugar do mundo é possível encontrar a comida perfeita? Com essa provocação em mente, o chef Anthony Bourdain percorreu diversos países experimentando todo tipo de prato —alguns deles bem esquisitos, como coração de cobra que comeu no Vietnã.

Em cada parada, ele não só conta o que comeu, mas também traz algumas pitadas da cultura de quem o acompanha à mesa, da Rússia ao Marrocos, tornado esse um dos livros sobre comida mais inusitados da lista.

Algumas passagens são para os fortes, como o abate de um porco em Portugal. Afinal, nessa volta ao mundo, Bourdain, que nunca se furtou a provar comidas para as quais as pessoas torcem o nariz (como miolos, rins e o famoso haggis escocês, a base de vísceras de ovelhas), encontra companheiros a sua altura na hora de se aventurar com o garfo, a faca —e as mãos.

Para ver: para quem quiser conferir se Bourdain realmente passou por essas aventuras, está tudo documentado na série “A Cook’s Tour”, da Food Network (até mesmo a história do porco).

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