A ADA é a primeira robô de delivery a chamar elevador no Brasil

Saiba como essa simpática robozinha foi evoluindo para fazer entregas autônomas e ajudar os entregadores

A gente já viu que tem alguns robozinhos fazendo delivery pelo mundo, em shoppings e universidades. Mas a brasileiríssima ADA vai além —e agora chama o elevador sozinha para entregar o pedido.

Fruto de uma parceria entre o iFood e a Synkar (primeira startup de entrega autônoma do Brasil), a robô ADA estreou em 2021 para otimizar o trabalho dos entregadores e entregadoras e está em constante evolução. Hoje existem cinco ADAs, que ficam entre o escritório do iFood e a sede da Synkar em Ribeirão Preto.

Sua última conquista é fazer delivery em prédios, pegando elevador e tudo. “É importante para que ela possa atuar em um condomínio vertical, percorrendo a última milha da entrega, que é o trajeto entre a portaria e os clientes”, explica Estella Araújo, da área de sustentabilidade do iFood.

A evolução da robô ADA

A habilidade de chamar o elevador foi desenvolvida e testada na sede do iFood, em Osasco. Lá, a ADA fez, até agora, dez entregas dessa maneira. E está sempre recebendo melhorias. 

“Ela é um modal sustentável em desenvolvimento”, frisa Estela. “Estamos procurando inovações para a ADA, acompanhando o que outros robôs desse tipo têm feito no mercado internacional.”

“A escalada das entregas limpas no delivery passa muito pela descoberta de projetos disruptivos e inovadores”, afirma Bruno Pieroni, coordenador de sustentabilidade do iFood. “Dentro dessa visão, o projeto da ADA tem potencial para no futuro ser um dos caminhos rumo à descarbonização das nossas operações.”

A evolução da ADA

A ADA deu a largada em seus trabalhos de entrega inteligente pelo iFood em 2021, no shopping Iguatemi de Ribeirão Preto. Ali, ela fazia a primeira milha das entregas, retirando pedidos dos restaurantes que ficavam mais distantes da praça de alimentação e os levando para o hub em que os entregadores retiravam a comida.

Em 2022, a robozinha foi testada em um condomínio de casas, também em Ribeirão Preto. Ali, transportava os pedidos na última milha das entregas: entre a portaria e a porta da casa dos clientes.

Neste ano, a ADA teve de encarar um novo desafio: andar de elevador para fazer entregas completamente autônomas em prédios, sem ajuda humana. Para que isso acontecesse, foi preciso entender como estabelecer um sistema de conexão entre ela e o elevador —algo inédito no Brasil e na América Latina.

A solução foi finalizada em agosto de 2023. “Hoje ela é totalmente estável, segura e funcional”, afirma Estella. “A ADA é o primeiro robô para delivery que pode subir um elevador de forma autônoma.”

Mas como a ADA chama o elevador?

Para que a ADA pegasse o elevador, foi preciso um pouco de preparação. Um dispositivo de IoT (Internet das Coisas) foi instalado na casa de máquinas da sede do iFood. É por meio desse dispositivo que a ADA avisa que precisa usar o elevador.

O sistema de IoT, então, estabelece uma conexão entre a inteligência artificial da ADA e o mecanismo de automação do elevador, informando o andar e a sala em que a robozinha vai realizar a entrega. 

A partir dessas informações é que o elevador vai conduzi-la até o seu destino, inclusive dando o tempo de espera das portas para que ela entre na cabine e saia dela.

Integração com um cardápio digital

Além dessa integração com o elevador, a ADA ganhou outra função: uma conexão com o Anota AI, sistema de automatização de pedidos com atendente virtual para redes sociais, cardápio digital e gestor de pedidos.

Na sede do iFood, foram espalhados QR Codes com link para o WhatsApp do Anota AI. “Quem quer fazer um pedido escaneia esse QR Code e cai dentro de uma conversa de WhatsApp”, explica Estella. “Nessa conversa, seleciona no cardápio os itens do pedido e indica em que sala a ADA deverá fazer a entrega.”

O gestor de pedidos também está conectado com a cafeteria do prédio, que receberá a demanda para preparar a comida ou bebida e depois enviá-la através da robozinha.

Quando chega ao seu destino, a ADA avisa, por um sistema de voz, que está ali para realizar a entrega. “Ela não entra na sala, ela para na porta e aguarda que a pessoa venha retirar o pedido”, diz Estella. Em seguida, a ADA retorna automaticamente para a cafeteria, onde vai esperar por sua próxima missão.

Outra inovação viabilizada para a ADA na sede do iFood é o carregamento autônomo de suas baterias – a própria robô se desloca até a estação em que haverá a recarga. É uma melhoria que vai facilitar a atuação da ADA em grandes condomínios residenciais ou de escritórios.

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