Futuro do trabalho: como a tecnologia está redefinindo as profissões

Entenda como automação, IA e robótica estão criando oportunidades e exigindo requalificação acelerada no mercado de trabalho

O futuro do trabalho está sendo redefinido a cada novo avanço da tecnologia. Nesse novo universo, a automação e a robótica emergem como as principais forças transformadoras do mercado de trabalho global. 

O relatório “Future of Jobs 2025” do Fórum Econômico Mundial estima que 85 milhões de empregos podem ser afetados pela automação até 2025, enquanto 97 milhões de novos postos de trabalho surgirão. 

Essa dualidade define o cenário atual: uma era de transição onde a adaptabilidade e a qualificação contínua determinarão o sucesso profissional.

A convergência entre inteligência artificial, robótica avançada e automação de processos está criando novos modelos de trabalho. Neste guia, vamos mostrar quais são as profissões mais impactadas, as oportunidades de trabalhar com as máquinas e como se capacitar para o futuro do trabalho.

Panorama da transformação digital no trabalho

A transformação digital está em curso no Brasil, onde 89% das empresas com cem ou mais funcionários usam ao menos uma tecnologia digital avançada, como computação em nuvem ou robótica, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes a 2024. 

Hoje, as principais tecnologias disruptivas usadas incluem:

Robôs colaborativos (cobots) em linhas de produção;

Inteligência artificial conversacional em atendimento ao cliente;  

Análise preditiva para manutenção industrial;

Automação de processos robóticos (RPA) em tarefas administrativas;

Internet das Coisas (IoT) para monitoramento e otimização.

No cenário global, o mercado de automação industrial atingiu US$ 169,82 bilhões em 2024, com projeção de crescimento de 9,12% ao ano, podendo alcançar US$ 443,54 bilhões até 2035, segundo relatório da Roots Analysis

Já o segmento de software de automação e IA representa US$ 86 bilhões adicionais, com crescimento esperado de 24% ao ano.

Na América Latina, o Brasil lidera o mercado de tecnologia e automação, concentrando 34,7% dos investimentos regionais, totalizando US$ 58,6 bilhões em 2024, segundo estudo da ABES. E São Paulo mantém-se como principal polo tecnológico nacional.

Nesse contexto, o relatório Future of Jobs 2025 indica que 50% dos trabalhadores precisarão de requalificação até 2025, evidenciando a urgência da adaptação profissional. É uma estatística que ressalta que o futuro do trabalho não elimina o elemento humano, mas exige sua evolução.

Como automação e inteligência artificial estão redefinindo as profissões

A automação e a inteligência artificial estão redefinindo o mundo do trabalho, mas essa transformação não significa a substituição dos humanos por máquinas, e sim a criação de novas dinâmicas de colaboração entre pessoas e sistemas inteligentes.

Profissões mais impactadas pela automação

As profissões mais afetadas pela automação são, em geral, aquelas com grande volume de tarefas repetitivas, previsíveis e baseadas em regras claras

Mas, com a evolução da IA, algumas funções analíticas e criativas também passam a ser parcialmente automatizáveis.

O relatório “Future of Jobs” lista as atividades que mais tendem a perder relevância entre 2025 e 2030:

Funções administrativas e de escritório

Automação de processos robóticos (RPA) e IA generativa substituem tarefas estruturadas de:

  • Digitadores
  • Assistentes administrativos
  • Secretariado
  • Contadores focados em rotinas
  • Analistas de folha de pagamento
  • Processadores de dados
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Indústria

A adoção de robôs, sensores e sistemas autônomos afeta o trabalho de:

  • Operadores de máquinas
  • Montadores de linha
  • Controladores de processos industriais
  • Inspeção de qualidade repetitiva

Comércio e atendimento

A popularização do self-checkout, a automação de atendimento e os agentes de IA fazem as tarefas de:

  • Operadores de caixa
  • Atendentes de call center
  • Telemarketing
  • Repositores e embaladores simples

Logística e transporte

Com a adoção de veículos autônomos e otimização algorítmica, perdem relevância:

  • Motoristas em rotas padronizadas
  • Separadores de estoque
  • Conferentes
  • Planejadores de rotas manuais
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Finanças e contabilidade

Sistemas automatizam cálculos e análises repetitivas, que são as tarefas de:

  • Analistas financeiros de nível inicial
  • Auditores para conferência básica
  • Profissionais de conciliação e controle diário

Marketing e comunicação

A IA já produz conteúdo e se equipara a:

  • Social media (júnior)
  • Criadores de conteúdo de volume
  • Revisores de texto básicos

Novas profissões na era da IA

As novas profissões que mais devem crescer com o aumento da automação, segundo o relatório “Future of Jobs” são:

Especialistas em IA, automação e dados

  • Analistas de dados
  • Cientistas de dados
  • Engenheiros de IA
  • Especialistas em machine learning
  • Desenvolvedores de automação (RPA)

Profissionais de segurança cibernética

  • Analistas de cibersegurança
  • Engenheiros de proteção de dados
  • Arquitetos de segurança

Funções criativas, humanas e estratégicas

  • Designers
  • Profissionais de UX/UI
  • Gestores de comunidade
  • Especialistas em marca
  • Criativos multimídia

Sustentabilidade e ESG

  • Especialistas em governança
  • Gerentes de sustentabilidade
  • Profissionais de compliance ESG

Educação e treinamento corporativo

  • Instrutores
  • Designers instrucionais
  • Especialistas em upskilling (reciclagem de habilidades)

Profissões que exigem pensamento crítico e resolução de problemas complexos

  • Consultores de negócios
  • Gestores de inovação
  • Product managers
  • Engenheiros de software

Cobots: a colaboração humano-robô

Os robôs colaborativos representam a evolução mais significativa da automação industrial. Diferentemente de robôs tradicionais isolados, os cobots trabalham diretamente com humanos, combinando precisão mecânica com adaptabilidade humana.

O que são cobots?

Cobots (do inglês “collaborative robots”) são robôs colaborativos projetados para trabalhar lado a lado com seres humanos de forma segura, compartilhando o mesmo ambiente e realizando tarefas de maneira complementar.

Eles são diferentes dos robôs industriais tradicionais, que precisam operar isolados por questões de segurança. E já são uma das tecnologias mais importantes da chamada Indústria 4.0, especialmente para pequenas e médias empresas.

No Brasil e no mundo, os cobots já são amplamente utilizados em setores como:

  • Automotivo
  • Alimentos e bebidas
  • Eletroeletrônicos
  • Metalurgia
  • Logística
  • Aeroespacial

Robótica avançada na indústria

A robótica industrial evolui rapidamente, impulsionada pela convergência de tecnologias como inteligência artificial, sensores avançados e computação em nuvem. 

Robótica na Indústria 4.0

A Indústria 4.0 caracteriza-se pela integração completa entre sistemas físicos e digitais. Robôs conectados via Internet das Coisas (IoT) coletam dados em tempo real, permitindo otimização contínua dos processos produtivos. Eles já são utilizados em:

Internet das Coisas e robôs conectados

Sensores IoT equipam robôs com capacidade de comunicação bidirecional, criando redes inteligentes de produção. Essa conectividade permite monitoramento remoto, diagnósticos preditivos e atualizações automáticas de software.

Manutenção Preditiva e Eficiência Operacional

Algoritmos de machine learning analisam dados de sensores para prever falhas antes que ocorram. 

Customização em massa

Robôs avançados permitem personalização em escala industrial.

Automação em serviços

A automação já transcende o setor industrial e é aplicado também no de serviços, revolucionando atividades tradicionalmente dependentes de interação humana, como:

Robôs em hospitais

Hospitais brasileiros implementam robôs para desinfecção, transporte de medicamentos e cirurgias de precisão. O Hospital Albert Einstein utiliza robôs cirúrgicos Da Vinci para procedimentos minimamente invasivos, reduzindo o tempo de recuperação dos pacientes.

Automação no varejo

Grandes redes como Magazine Luiza e Mercado Livre automatizam seus centros de distribuição. Robôs de picking selecionam produtos com 99,9% de precisão, enquanto sistemas automatizados gerenciam inventário em tempo real.

Chatbots 

Os chatbots, inteligência artificial conversacional, revolucionam o atendimento com assistentes virtuais que resolvem consultas básicas, liberando atendentes humanos para lidar com questões mais complexas.

Competências essenciais para o futuro do trabalho

O futuro do trabalho exige uma combinação única de competências técnicas e humanas. Profissionais que dominam tanto habilidades digitais como soft skills posicionam-se vantajosamente no mercado automatizado.

Hard skills em alta demanda

Em 2025, as hard skills mais valorizadas no mercado estão relacionadas à tecnologia, dados e digitalização de processos, segundo estudos do Fórum Econômico Mundial, da Brasscom, da Upwork e do LinkedIn.

As hard skills em alta demanda em 2025 refletem a transformação digital, o avanço da IA, a necessidade de dados para decisões e a automação de processos. 

Hoje, praticamente todos os mercados valorizam profissionais com competências técnicas ligadas a tecnologia, análise, operação de sistemas e novas linguagens. Alguns exemplos:

Inteligência artificial e machine learning (para automatizar tarefas e tomar decisões melhores)

  • Modelagem de IA
  • Prompt engineering
  • Fine-tuning de modelos
  • Implementação de agentes autônomos
  • Algoritmos de ML

Análise de dados e Data Science (Dados viraram base para quase todas as decisões)

  • SQL
  • Python (para análise e modelagem)
  • Power BI / Tableau
  • Estatística aplicada
  • Modelagem preditiva

Computação em Nuvem (para migração de sistemas para a nuvem)

  • AWS
  • Google Cloud
  • Azure
  • Arquitetura serverless
  • Gestão de infraestrutura na nuvem

Cibersegurança (devido ao crescimento de ataques e exigências de compliance)

  • Ethical hacking
  • Gestão de vulnerabilidades
  • Segurança de dados
  • Zero Trust Architecture
  • Resposta a incidentes

Desenvolvimento de software (digitalização acelerada e demanda por produtos digitais)

  • JavaScript, Python, Go, Java, C#
  • Frameworks (React, Node.js, .NET, Django)
  • DevOps
  • Versionamento (Git)

Automação e RPA (Redução de tarefas repetitivas em escala)

  • Ferramentas como UiPath, Automation Anywhere, Power Automate
  • Automação de fluxos internos
  • Integração de sistemas

UX/UI Design (usuários esperam jornadas simples e intuitivas)

  • Prototipação (Figma)
  • Testes de usabilidade
  • Design de interfaces e experiências
  • Design de produtos digitais

Marketing Digital e Growth (crescimento do e-commerce e da aquisição digital)

  • SEO
  • Performance (Google Ads, Meta Ads)
  • Automação de marketing
  • CRM (HubSpot, Salesforce)
  • Analytics

Gestão de Produtos (Product Management)

  • Roadmapping
  • Técnicas de discovery
  • Métricas de produto (KPIs, OKRs)
  • Testes A/B
  • Análise de comportamento do usuário

Operação de robótica, manufatura avançada e IoT (Indústria 4.0 e automação física crescendo rápido)

  • Cobots
  • Sensores IoT
  • Programação de CLPs
  • Impressão 3D
  • Sistemas MES
  • Teste de software (QA, automação de testes)
  • Finanças analíticas (FP&A tech)

Soft skills em alta

As soft skills em alta demanda hoje refletem a transformação digital, o aumento da automação, a necessidade de colaboração remota e a complexidade dos negócios.

Essas habilidades são as mais valorizadas por empresas em praticamente todos os setores. De acordo com relatórios do Fórum Econômico Mundial, do LinkedIn e da Deloitte, algumas delas são:

  • Pensamento crítico: capacidade de analisar problemas complexos, avaliar informações e tomar decisões com base em evidências.
  • Resolução de problemas complexos: resolver desafios sem respostas óbvias, integrando fatores técnicos, humanos, financeiros e estratégicos.
  • Criatividade: com a automação assumindo tarefas repetitivas, criatividade virou diferencial para resolver problemas, inovar e redesenhar processos.
  • Comunicação (clara, objetiva e multimodal): saber transmitir ideias para públicos diferentes — por escrito, por vídeo, presencialmente, usando ferramentas digitais.
  • Colaboração e trabalho em equipe: especialmente em ambientes híbridos e remotos.
  • Adaptabilidade e aprendizado contínuo: capacidade de aprender rápido, desaprender o que não serve mais e se adaptar a novos cenários, ferramentas e modelos de trabalho.
  • Inteligência emocional: com os ambientes de trabalho mais pressionados, empresas valorizam gestão de emoções, autocontrole, empatia e resiliência.
  • Liderança humanizada: liderar com propósito, clareza e foco em desenvolvimento de pessoas.
  • Gestão do tempo e priorização: com excesso de demandas, é preciso ter foco e organização para ter mais produtividade.
  • Alfabetização digital: não é técnica, é a habilidade de entender como usar ferramentas digitais para melhorar o trabalho, tomar decisões, analisar dados de forma básica e automatizar tarefas simples.

Estratégias de Upskilling e Reskilling

Estratégias de upskilling (aprimorar habilidades) e reskilling (requalificar para novas funções) são fundamentais para o futuro do trabalho. Afinal, são ferramentas que permitem que profissionais e empresas acompanhem a rápida evolução tecnológica, especialmente com o avanço da IA e da automação. 

Além disso, esses programas ampliam oportunidades de carreira, melhoram engajamento e retenção de talentos e promovem mais inclusão e mobilidade interna — tornando as organizações mais competitivas e preparadas para o longo prazo.

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Exemplos de estratégias de Upskilling

  • Trilhas de aprendizagem contínua: cursos de IA, análise de dados, liderança, comunicação, metodologias ágeis etc.
  • Academias internas de tecnologia: treinamentos estruturados para elevar o nível técnico de equipes já atuantes.
  • Job shadowing: profissionais acompanham colegas mais experientes para aprender novas habilidades na prática.
  • Microlearning no dia a dia: conteúdos curtos e imediatos que ajudam a atualizar habilidades rapidamente.
  • Certificações profissionais: AWS, Google, Scrum, UX, gestão de projetos, segurança da informação, entre outras.

Exemplos de estratégias de reskilling

  • Programas de transição de carreira interna: como migrar colaboradores de áreas administrativas para funções de dados ou tecnologia.
  • Bootcamps corporativos: treinamentos intensivos para formar novos desenvolvedores, analistas de dados, designers e especialistas em IA.
  • Rotação entre áreas (job rotation): permite que o funcionário aprenda funções diferentes e identifique novas possibilidades de atuação.
  • Parcerias com escolas e edtechs: como Digital House, SENAI, Alura e Coursera, para formar talentos em áreas emergentes.
  • Projetos práticos com mentoria: funcionários são realocados temporariamente em squads ou projetos que exigem habilidades novas.

Como se preparar para o futuro do trabalho

Preparar-se para o futuro do trabalho, mais digital e automatizado, requer estratégia proativa e adaptação contínua de profissionais, empresas e governos.

Estratégias pessoais de desenvolvimento

O primeiro passo é fazer uma avaliação de competências atuais e identificar lacunas que devem ser preenchidas para atender às demandas futuras. Ferramentas online como LinkedIn Learning e Coursera oferecem avaliações gratuitas de competências digitais.

Também é importante investir no networking, especialmente em comunidades tecnológicas (como GitHub, Stack Overflow e grupos específicos da área profissional). Eventos como Campus Party, Python Brasil e Agile Brazil facilitam networking com especialistas em automação.

Quem atua com tecnologia pode se aventurar em hackathons, projetos open source e iniciativas de inovação corporativa. A experiência prática com novas tecnologias diferencia candidatos no mercado competitivo.

Para todos, vale a mentalidade de aprendizado contínuo, ou seja, ter o hábito de sempre aprender novas competências. Microlearning e podcasts técnicos facilitam aprendizado durante deslocamentos.

Conclusão: abraçando a revolução do futuro do trabalho

O futuro do trabalho representa uma transformação fundamental, não uma simples evolução tecnológica. A automação e robótica não eliminam o trabalho humano, mas o redefinem, criando oportunidades para colaboração inédita entre pessoas e máquinas.

A colaboração entre nós e as máquinas potencializa as capacidades únicas de cada parte: a precisão e a consistência robóticas chegam para somar com a criatividade e a adaptabilidade humana. 

Daqui por diante, ter sucesso no mercado automatizado dependerá da mentalidade de crescimento e disposição para aprender continuamente. Nesse contexto, os profissionais que abraçam mudanças e desenvolvem competências híbridas – técnicas e humanas – largam na frente.

O futuro do trabalho chegou – e o iFood já está nele! Aqui, usamos a tecnologia para causar impacto positivo e trabalhamos com pessoas disruptivas e com fome de desafios, de inovação e de elevar seu potencial ao nível máximo. 

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