Logtechs: potencial de mercado e desafios de gestão no Brasil

Descubra o que fazem essas empresas focadas em logística e qual é seu potencial de crescimento no Brasil

Em um país com dimensões continentais, como o Brasil, o setor de logística tem grandes desafios quanto ao tempo, aos modais de transporte e à infraestrutura, principalmente em lugares distantes dos centros urbanos. 

A tecnologia é uma grande aliada para tentar superar esses e outros entraves do setor. E é assim que nasce a oportunidade para as startups especializadas em soluções para logística, as chamadas logtechs. 

O que fazem as logtechs?

Criar soluções para os altos custos logísticos, otimizar processos e melhorar a eficiência por meio de tecnologia está no centro dos negócios das logtechs. Neste contexto, as principais categorias de atuação dessas startups são:

  • Gestão de carga, frota e entrega;
  • Logística reversa;
  • Entrega;
  • Estoque;
  • Marketplace de frete.

As logtechs apostam em inovações para impactar um setor tradicional, que gasta R$ 750 bilhões anuais, de acordo com um levantamento da ABOL (Associação Brasileira dos Operadores Logísticos). Esse gasto representa 12% do faturamento das empresas e coloca o Brasil em 61º no ranking global de desempenho logístico, segundo o Banco Mundial.

O grande ponto de virada para o crescimento das logtechs, como você pode imaginar, aconteceu no auge da pandemia. As inovações vieram para auxiliar especialmente o varejo brasileiro a chegar mais longe e impulsionar as vendas mesmo em um período de incertezas e dificuldades. 

Cenário das logtechs no Brasil

A consolidação das logtechs no mercado brasileiro veio em 2021, com contratos de inovação aberta entre startups e grandes empresas. A plataforma 100 Open Startups estima que as transações somaram R$ 135,5 milhões em 2021, correspondendo a um aumento de 24,5% em relação a 2020. 

A plataforma possui 512 logtechs cadastradas, sendo que 70% delas estão concentradas entre São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. Já a consultoria Distrito aponta a existência de 283 startups mapeadas —o número pode variar conforme o critério adotado para defini-las. 

O fato é que pelo menos metade delas surgiu entre 2015 e 2020, enquanto no restante da década haviam sido criadas apenas 12,4% das inovações. 

Alguns dos fatores que têm impulsionado o setor são o crescimento do comércio eletrônico, a pressão para reduzir custos e a necessidade de focar na experiência do cliente. Desde 2011, os investimentos em empresas de logística foram de US$1,3 bilhão; somente no ano de 2020, o segmento recebeu US$187,6 milhões. 

As tecnologias da categoria Entrega, sozinhas, receberam US$ 911,1 milhões em recursos no período. Algumas das soluções podem ser relacionadas à entrega última milha (ou last mile), door to door (porta a porta), planejamento de transporte, monitoramento e rastreamento.

Além delas, as inovações desenvolvidas pelas logtechs podem abranger: 

  • Gestão da cadeia de suprimentos;
  • Modernização e gestão de frota;
  • Planejamento de transporte;
  • Melhorias de processos;
  • Segurança logística;
  • Intermediação entre fornecedores e transportadores.

Em comparação, o investimento em logtechs no mundo foi de US$ 57 bilhões entre 2015 e 2020. Isso mostra que o Brasil ainda tem muito potencial para investir no setor. 

Nacionalmente, os aportes foram recordes em 2018, somando US$ 683,1 milhões, dos quais o iFood captou US$ 500 Milhões em uma rodada Series G.

Desafios da gestão de logtechs

A maturidade das logtechs para lidar com problemas logísticos brasileiros está sendo colocada em xeque após esse boom. Já ficou provado que as entregas são ágeis, porém agora é necessário ser uma ferramenta estratégica no modelo de negócios das empresas do setor. 

A expectativa é que as logtechs possam desenvolver soluções inteligentes que contribuam para melhores tomadas de decisão e ajudem a desburocratizar o processo logístico. Isso perpassa a experiência do cliente, desde a etapa de cálculo do frete até o monitoramento das entregas. 

A redução de custos também é fundamental para o crescimento do setor e pode ser alcançada com a digitalização e a automatização de processos. Um relatório da consultoria PwC estima que a tecnologia possa reduzir em 47% os custos de logística e transporte até 2030.

Aproximação entre startups e gigantes

A logística convencional pode ser um entrave ao desenvolvimento enquanto não houver conscientização de que a gestão de inovação pode impulsionar o setor. 

Iniciativas de inovação aberta, por exemplo, podem contribuir para o desenvolvimento sustentável por meio de renovação da frota e implementação de tecnologias para melhorar a segurança no trânsito. 

A falta de conhecimento sobre tecnologias em um setor tradicional ou o receio das grandes empresas em se aliar a startups geralmente são os fatores que impedem essa aproximação. 

Porém, para a inovação acontecer e dar margem a mudanças, é necessário criar parcerias para promover soluções para problemas em comum. 

A criação do iFood Labs, em 2021, está ligada a essa demanda e à resolução de desafios da cadeia logística, alimentícia, varejista e martechs. Por conta dessa iniciativa, o iFood está entre as três empresas brasileiras que desenvolveram e mantêm um bom relacionamento com startups


O iFood acredita que trazer startups para o seu ecossistema possibilita ganhos tanto para as empresas como para a sociedade, já que elas ampliam sua operação e seu mercado. Se você quer desenvolver soluções inovadoras em parceria com o iFood para contribuir para o desenvolvimento da cadeia logística, participe da chamada aberta até o dia 28 de fevereiro ou mande seu pitch para o iFood Labs.

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