Sustentabilidade virou palavra de ordem no mundo dos negócios, e com razão. Já não dá para fingir que o impacto ambiental e social das empresas é assunto secundário.
Consumidores cobram, investidores avaliam e órgãos reguladores fiscalizam. Só que a gestão sustentável vai além da reciclagem de papel e da redução no uso de copos plásticos.
Aqui se está falando de uma transformação profunda, que envolve decisões estratégicas sobre como produzir, contratar, se relacionar com a comunidade e usar a tecnologia.
Segundo o IBGE, mais de 89% das indústrias com mais de 100 funcionários adotaram alguma prática ambiental em 2023.
E não é só por pressão da lei: 87,7% das empresas afirmam que a decisão foi parte da estratégia. Ou seja, sustentabilidade virou sinônimo de inteligência de negócio.
Neste artigo, você vai entender o que é gestão sustentável, porque ela importa, quais são os desafios e os benefícios práticos — e também vai conhecer o que o iFood tem feito nessa área.
Vamos juntos?
Leia também:
- O que é sustentabilidade econômica nas empresas?
- Relatório de Sustentabilidade mostra resultados do iFood
- Sustentabilidade Financeira na Empresa: por que e como começar?
O que é gestão sustentável nas empresas?
Gestão sustentável é a forma como uma empresa conduz suas operações buscando equilibrar três pilares fundamentais: a sustentabilidade econômica, ambiental e social. Esse tripé é conhecido como ESG — sigla para Environmental, Social and Governance.
Na prática, isso significa repensar processos para reduzir impactos negativos no meio ambiente, promover equidade nas relações de trabalho e manter uma governança transparente e ética.
Mas atenção: não se trata de abrir mão do lucro. A sustentabilidade empresarial pressupõe que é possível crescer de forma responsável, com decisões que considerem o longo prazo e a saúde do planeta e da sociedade.
Por que a sustentabilidade empresarial é importante hoje?
As razões são muitas. Primeiro, há uma urgência ambiental e social sem precedentes: são as mudanças climáticas, a escassez de recursos naturais, a desigualdade social e outras questões pressionam empresas a agirem de forma responsável.
Negócios que ignoram esses temas enfrentam riscos reais e implementar uma gestão sustentável é uma forma de mitigar esses riscos e garantir a resiliência do negócio no longo prazo.
Em segundo lugar, a pressão de stakeholders (clientes, investidores, governos e sociedade) aumentou.
Por exemplo, segundo a Associação Paulista de Supermercados (APAS), 95% dos brasileiros preferem marcas que investem em sustentabilidade e, podem, inclusive, abandonar marcas associadas a práticas antiéticas ou poluentes.
Já os investidores incorporam critérios ESG (ambientais, sociais e de governança) em suas decisões, um estudo global da EY indica que 88% dos investidores usam mais informações ESG do que antes ao avaliar empresas.
Tudo isso sem falar que governos também endureceram regulamentações ambientais e exigências de transparência, tornando a sustentabilidade um requisito de conformidade.
No Brasil, por exemplo, a Política Nacional de Resíduos Sólidos e as metas de redução de emissões impõem obrigações às empresas — e a ausência de iniciativas sustentáveis pode significar sanções ou perda de contratos públicos.
Quais são os principais benefícios de uma gestão sustentável?
Os benefícios da gestão sustentável empresarial são amplos e bem tangíveis. Uma empresa que integra sustentabilidade em sua gestão colhe vantagens nos âmbitos financeiro, operacional, de mercado e humano.
Entre as vantagens da sustentabilidade corporativa, destacam-se:
- Redução de custos e eficiência operacional: práticas sustentáveis muitas vezes levam à otimização do uso de recursos. De fato, segundo o IBGE, 84,4% das empresas percebem a melhoria da eficiência e a redução de custos/risco como um dos principais ganhos das iniciativas ambientais.
- Conformidade legal e redução de riscos: empresas sustentáveis tendem a se antecipar e cumprir com folga as regulamentações ambientais e trabalhistas. Aliás, a pesquisa do IBGE também mostra que 89,5% das empresas citam exatamente o atendimento às normas legais como benefício obtido ao adotar práticas ambientais;
- Atração de investimentos e acesso a capital: fundos de investimento ESG, bancos e investidores institucionais buscam empresas com boas práticas para reduzir riscos de longo prazo. Assim, empresas com gestão sustentável conseguem condições melhores de financiamento, atraem investidores engajados e podem até acessar índices de sustentabilidade em bolsas de valores (caso do Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE B3 no Brasil);
- Mitigação de riscos futuros e longevidade do negócio: empresas que desde já investem em baixar suas emissões de carbono estarão à frente caso surjam taxas ou restrições sobre carbono. Igualmente, aquelas que cuidam das comunidades onde atuam sofrem menos conflitos sociais e interrupções.
Como a sustentabilidade melhora a imagem da empresa e atrai consumidores?
Adotar práticas sustentáveis gera um efeito positivo de reputação: a empresa passa a ser vista como responsável, ética e preocupada com o bem comum, o que conquista a simpatia e a confiança do público.
Um levantamento da Descarbonize Soluções apontou que 70% dos brasileiros consideram o comprometimento ambiental da marca um fator importante na decisão de compra — e 66% dos consumidores afirmam se engajar com ações sustentáveis promovidas por marcas.
Por outro lado, empresas que não se preocupam com esses aspectos sofrem rejeição: na pesquisa da APAS, 64% dos consumidores disseram já ter deixado de consumir uma marca ou frequentar um estabelecimento ao saber de comportamentos antiéticos, ou insustentáveis.
Então, como exatamente a sustentabilidade melhora a imagem e atrai clientes?
Primeiro, porque gera identificação. Consumidores, especialmente os mais jovens, querem se associar a marcas que representam seus valores pessoais. Esse vínculo emocional pode traduzir-se em fidelidade e clientes se tornam “embaixadores” da marca.
Além disso, práticas como transparência nos relatórios ESG, certificações ambientais (por exemplo, um selo de produto orgânico ou emissões neutras) e participação em iniciativas globais (como o Pacto Global da ONU) funcionam como sinais de credibilidade.
Eles comunicam ao mercado que a empresa é séria em seu compromisso sustentável, afastando suspeitas de greenwashing.
Melhorar a imagem via sustentabilidade não é sobre propaganda vazia, mas sobre consistência entre discurso e prática.
Qual a relação entre gestão sustentável e ESG?
Muito se fala em ESG e sua adoção nas empresas. Mas qual é efetivamente a relação entre gestão sustentável e ESG nas empresas?
O ESG pode ser entendido como um conjunto de critérios e métricas para avaliar, mensurar e comunicar o desempenho da empresa nessas dimensões.
Ou seja, enquanto a gestão sustentável é o que a empresa faz para ser responsável, o ESG é como esse esforço é medido e percebido pelo mercado.
Podemos dizer que ESG e gestão sustentável andam de mãos dadas: a gestão sustentável implementa ações concretas nos pilares ambiental, social e de governança, e o ESG fornece um quadro de referência para estruturar essas ações e prestar contas sobre elas.
Por exemplo, se uma empresa decide reduzir suas emissões de carbono e aumentar a diversidade do quadro de funcionários (ações de gestão sustentável), o ESG entra como guia para medir essas metas ambientais e sociais e divulgar os resultados de forma padronizada e comparável, seja via relatórios anuais, índices ou ratings.
ESG funciona como uma métrica ou linguagem comum que direciona a gestão sustentável.
Com ele, empresas conseguem demonstrar seu compromisso através de indicadores claros – como pegada de carbono (E), taxa de rotatividade ou satisfação de empregados (S), presença de independentes no conselho ou existência de código de ética robusto (G), dentre outros.
Como implementar uma gestão sustentável no dia a dia das empresas?

A transição para um modelo mais sustentável exige planejamento e envolvimento de toda a organização, mas pode ser feita em etapas claras.
Abaixo, a gente traz um passo a passo estratégico para inserir a sustentabilidade na gestão cotidiana:
1. Diagnóstico e mapeamento de impactos
O primeiro passo é mapear o impacto ambiental e social do negócio. É uma etapa que exige um levantamento completo de como as atividades da empresa afetam o meio ambiente e a sociedade.
Ferramentas como cálculo da pegada de carbono ou hídrica podem quantificar os impactos.
É um diagnóstico inicial que dá a linha de base e indica onde estão os maiores focos de impacto – e, portanto, as maiores oportunidades de melhoria.
2. Revisão de processos e definição de metas
Analise as operações, identifique desperdícios, ineficiências e práticas não sustentáveis em todas as áreas (produção, logística, escritórios).
Em seguida, defina metas concretas, mensuráveis e com prazo para melhoria: reduzir o consumo de energia em 20% em 3 anos, eliminar plásticos descartáveis nas embalagens até o próximo ano, aumentar a diversidade na liderança para 50% de mulheres em 2 anos, e por aí vai.
Alinhe essas metas tanto com as prioridades da organização quanto com padrões externos (como metas científicas de clima, ODS da ONU, critérios ESG relevantes ao setor).
Metas bem definidas dão direção e são o que permitem cobrar resultados.
3. Envolvimento e treinamento de colaboradores
Comunique claramente o porquê das iniciativas sustentáveis e os objetivos traçados a todos os colaboradores – do chão de fábrica à alta direção.
Para isso, promova treinamentos e capacitações para difundir conhecimentos em sustentabilidade, mostrando práticas do dia a dia (como economizar recursos, separar resíduos, seguir códigos éticos) e explicando novas políticas.
Considere criar grupos de trabalho ou um comitê de sustentabilidade interno, com representantes de diferentes áreas, para fomentar ideias e monitorar o andamento das ações. O desafio cultural é grande.
4. Integrar sustentabilidade na gestão e governança
A sustentabilidade não pode ficar restrita a um projeto paralelo — ela deve entrar no core da gestão.
Isso significa, por exemplo, incluir critérios sustentáveis na tomada de decisão, como análise de investimentos considerando riscos ambientais, compras dando preferência a fornecedores sustentáveis, incorporar indicadores-chave de sustentabilidade no acompanhamento gerencial e por aí vai.
Também é recomendável atualizar a governança: criar comitês de sustentabilidade no conselho ou na diretoria, definir claramente responsabilidades (quem responde pelo alcance das metas sustentáveis?), e estabelecer políticas formais.
Vale lembrar que, hoje, 75% das empresas brasileiras não possuem qualquer certificação de sustentabilidade.
5. Engajamento da cadeia de valor
A empresa não existe isoladamente. Seus fornecedores, prestadores de serviço e parceiros também influenciam seu impacto total. É por isso que estender as práticas à cadeia de suprimentos se torna bem importante.
Avalie criteriosamente os fornecedores sob ótica socioambiental e, sempre que possível, prefira parceiros alinhados aos objetivos de sustentabilidade da empresa.
Isso pode envolver exigir certificações (como ISO 14001 para gestão ambiental, ou selos de comércio justo), apoiar fornecedores menores a se adequar, incluir cláusulas de sustentabilidade em contratos e até co-desenvolver soluções sustentáveis em conjunto.
Um exemplo é optar por matérias-primas de origem responsável (certificada), fornecedores que respeitem legislações trabalhistas e tenham baixo impacto ambiental.
6. Monitoramento, transparência e melhoria contínua
Utilize ferramentas para acompanhar consumo de recursos, geração de resíduos, emissões, índices de satisfação interna, entre outros KPIs definidos, em base mensal ou trimestral.
Junto a isso, compare os resultados com as metas estabelecidas e realize auditorias ou benchmarks externos para validar o progresso.
Lembre-se que menos da metade das empresas hoje recorre a avaliações externas ou benchmarking para mensurar desempenho ESG, mas essa prática é essencial para evitar autoindulgência e identificar pontos cegos.
Com os dados em mãos, seja transparente: reporte os avanços (e desafios) para a alta liderança e também externamente, por meio de relatórios de sustentabilidade anuais conforme frameworks reconhecidos (GRI, SASB, TCFD, etc.).
Quais os principais desafios da gestão sustentável?
Adotar práticas sustentáveis está longe de ser algo simples. Os desafios passam tanto por questões culturais como barreiras estruturais e financeiras. Entenda os principais:
1. Mudança de cultura e mindset
Muitos gestores ainda enxergam sustentabilidade como custo ou ação de marketing. Mudar essa visão exige liderança engajada, comunicação interna constante e, muitas vezes, renovação de equipes.
Segundo a Panorama Sustentabilidade Corporativa 2025, parte dos executivos ainda acredita que apenas cumprir leis ambientais já configura uma gestão sustentável — o que é um equívoco.
2. Dificuldade em mensurar resultados
Ao contrário de indicadores financeiros tradicionais, os benefícios de ações ESG nem sempre são imediatos ou tangíveis.
Por isso, 58% das empresas apontam a dificuldade em comprovar retorno financeiro como principal barreira à sustentabilidade. Menos da metade realiza benchmarking ou avaliações externas para guiar melhorias.
3. Alto custo inicial e acesso a investimentos
Soluções sustentáveis (como energia limpa ou matérias-primas recicladas) ainda são mais caras. Mesmo empresas dispostas esbarram no orçamento.
Dados do IBGE mostram que o custo das soluções é uma das principais dificuldades. Além disso, o acesso a financiamentos verdes nem sempre é fácil, especialmente para PMEs.
4. Falta de políticas públicas e incentivos
Os dados mostram também que apenas 22,7% das empresas que adotam práticas ambientais foram incentivadas por políticas públicas, enquanto 83% consideram insuficiente o apoio governamental.
O principal motor de mudança ainda são as exigências regulatórias — o que mostra um vácuo de incentivos fiscais, técnicos ou creditícios.
5. Complexidade da cadeia de valor
Garantir que fornecedores também cumpram critérios ESG é desafiador, sobretudo quando há pouca transparência.
Grandes empresas precisam monitorar e engajar dezenas (ou centenas) de parceiros, o que exige recursos, tecnologia e, muitas vezes, negociação para substituição de fornecedores não alinhados.
Como a tecnologia pode apoiar uma gestão mais sustentável?
A tecnologia é uma grande aliada da sustentabilidade corporativa.
Na verdade, diante da complexidade de gerir inúmeros indicadores ambientais e sociais, as ferramentas tecnológicas se tornaram indispensáveis para potencializar a gestão sustentável.
Em termos gerais, podemos falar em tecnologia sustentável aplicada ao negócio sob dois ângulos: (1) tecnologias que reduzem diretamente o impacto ambiental de operações; (2) tecnologias de informação que ajudam a medir, controlar e otimizar as iniciativas ESG.
Vejamos alguns exemplos de como a tecnologia pode apoiar uma gestão mais sustentável:
- Monitoramento e análise de dados (Big Data, IoT): há um leque de plataformas digitais para coleta e gerenciamento de dados ESG. Sensores da Internet das Coisas (IoT) podem ser instalados em fábricas, escritórios e veículos para monitorar em tempo real o consumo de energia, água, emissões e resíduo;
- Automação e otimização de processos (IA e algoritmos): ferramentas de Inteligência Artificial (IA) têm um papel revolucionário em sustentabilidade. Algoritmos avançados conseguem identificar padrões e propor otimizações que humanos levariam muito tempo para perceber.
- Tecnologias limpas e inovação verde: existe o aspecto de inovar em produtos e operações usando tecnologia de ponta para reduzir impactos. Aqui entram exemplos como: energias renováveis para abastecer instalações; baterias e sistemas de armazenamento para otimizar o uso dessa energia renovável; veículos elétricos ou híbridos para a logística de distribuição, entre outros.
Em todos esses casos, fica claro que a tecnologia é a “virada de chave” da performance de sustentabilidade. Ela permite escalar iniciativas e descobrir novas soluções que conciliam desenvolvimento com respeito ao meio ambiente.
Conheça as práticas sustentáveis do iFood
A sustentabilidade faz parte do plano de negócio do iFood. Não como um complemento, mas como pilar estratégico.
A empresa tem investido em soluções tecnológicas e logísticas que equilibram inovação, responsabilidade ambiental e impacto social positivo.
A seguir, algumas das principais iniciativas que mostram como a gestão sustentável é aplicada na prática:
- iFood Pedal: programa que oferece bicicletas elétricas para entregadores, promovendo uma alternativa não poluente e mais eficiente para o delivery urbano.
- Robôs autônomos (ADA): inovação logística para tornar as entregas mais rápidas, seguras e com menor pegada de carbono.
- Embalagens sustentáveis e redução de plástico: uma pesquisa feita pelo iFood mostrou que 54% dos consumidores priorizam fazer pedidos em lojas com embalagens sustentáveis e, assim, o IFood atendeu. Em um período de testes, foi feita a substituição de embalagens plásticas e de isopor por materiais recicláveis e sustentáveis. O iFood segue testando iniciativas para contribuir com a redução do plástico no delivery.
- Apoio à reciclagem e cadeia circular: ações como o Recicla Bot, um bot de whatsapp que direciona o consumidor o que reciclar e como e o incentivo à cadeia de reciclagem ajudam a dar destino correto aos resíduos e engajar a sociedade no consumo consciente.
- Restauro ambiental: o iFood participa de projetos de restauração florestal e reflorestamento como parte do seu compromisso com o clima.
- Amigos da Natureza e Já Fui Bag: projetos voltados à educação ambiental, logística reversa e soluções de redução de envio de plástico com objetivo de eliminar a poluição plástica.
O iFood transforma seus compromissos ESG em ações que impactam positivamente clientes, parceiros, entregadores e o meio ambiente. Acesse nossa página e entenda mais sobre o propósito do iFood em prol da sustentabilidade!