Fabricio Bloisi, CEO do iFood, conta sua história em novo canal

Fabricio Bloisi, CEO do iFood, estreia seu canal no YouTube compartilhando um pouco de sua história pessoal, seus sonhos e propósitos —assista ao vídeo aqui.

Na estreia de seu canal no YouTube, ele fala sobre seus sonhos e sua trajetória em tecnologia

Como um menino que amava os computadores e a exploração do espaço virou o homem que hoje comanda a maior foodtech da América Latina? Movido pelo sonho grande de trabalhar com tecnologia, Fabricio Bloisi, CEO do iFood, mudou para São Paulo para fazer ciências da computação, aprendeu a equilibrar sua criatividade com a disciplina e, assim, conseguiu realizar seus objetivos.

Ele conta sua história no primeiro vídeo do seu canal no YouTube, no qual fala sobre seus sonhos, sua trajetória, seu dia a dia e seus propósitos. “Tenho 44 anos, sou da Bahia, de Salvador. Eu adoro tecnologia, adoro inovação, adoro estudar”, revela, para começar a conversa. “Fundei a Movile, trabalho no iFood e estou super animado com o que estou fazendo. Acabei de começar, e acho que os próximos anos vão ser muito divertidos.”

Confira, no vídeo a seguir ou no texto abaixo, os principais pontos dessa entrevista de apresentação com Fabricio. E, para se inscrever no canal e saber mais sobre o que ele tem a dizer sobre gestão e liderança, inovação, tendências de mercado, entre outros assuntos, acesse aqui e clique em “Inscrever-se” (assim você recebe notificações sobre os novos vídeos).

Sonho grande

“O sonho grande começou pra mim aos 17 anos. Eu estava me preparando para o vestibular e li um livro que dizia ‘pense metas muito grandes, pense metas incrivelmente grandes para daqui a 20 anos. Só que tem que ser grande o suficiente para que, se você contar para os seus amigos e a sua família, eles riam e digam que isso é completamente impossível. Se eles disserem isso, é grande o suficiente.

Pense esse sonho para daqui a 20 anos. Depois pense em outro, intermediário, para 10, depois para 5, depois para 1, depois para 6 meses, depois para 1 mês.’ Esse mesmo livro diz que se você teve uma ideia ou um sonho e ele é realmente importante para você, anote, porque se você não teve disposição para anotar isso, não era importante e significativo o suficiente.

Esses poucos conselhos definem como funciona um monte de coisas na minha vida, desde os 17 anos. E talvez definam como funcionam o iFood e a Movile, porque a gente tem essa disciplina de sonhar grande, colocar no papel, colocar data, contar para todo mundo e ir executando com disciplina, passo a passo, até chegar lá.

Comecei com o sonho grande de ser um piloto de helicóptero, que é uma paixão minha, mas também o de criar uma empresa muito grande, de ser honesto no longo prazo e de contar essa história para ser referência de que é possível fazer as coisas direito. [Outro sonho grande era] que eu ia passar em vários vestibulares e ia estudar o que eu queria, que era tecnologia. Esse foi o primeiro desenho de quais seriam meus sonhos grandes, aos 17 anos. Os próximos 20 anos vão ser melhores ainda, então eu tô bem animado.”

Criatividade e disciplina

Eu não faço as coisas iguais todos os dias: eu mudo tudo, tenho ideias diferentes, tenho ideias loucas e mudo de ideia, e acho isso super importante. São duas coisas que eu falo sempre: a importância de ser criativo, ao máximo, e ao mesmo tempo disciplinado. É daí que a gente fala um pouco de ambidestria.

Eu sou criativo, naturalmente eu sou mais aberto a fazer coisas diferentes, sempre. Mas descobri que, para atingir objetivos grandes ou fazer coisas grandiosas, é preciso ter disciplina e se manter mais ou menos na mesma direção, mesmo com as coisas dando errado, fazendo pequenos ajustes.

Mesmo eu não sendo naturalmente disciplinado —aliás, algumas pessoas dizem: ‘Fabrício, você sabe falar em público, falar no longo prazo, você sabe ser disciplinado—, a maior parte desses pontos eu aprendi porque achei que eram características boas para construir a história que eu queria construir. Então dá para aprender a falar em público, a ser disciplinado, mesmo não sendo assim naturalmente. Para construir uma empresa, um sonho, um propósito que é difícil, você precisa de disciplina ao longo do tempo.

Então eu me forcei a ter o lado criativo, mas ter o lado que fala ‘olha, eu tenho esse plano, que vai ser executado desse jeito, essas são as datas, vou ter a disciplina de juntar as pessoas, contar, comunicar, cumprir aquela agenda. Foi fundamental ter esse lado para fazer a história do iFood e da Movile andar.”

Fabricio no dia a dia

“Minha rotina, hoje, envolve exercício físico de manhã, quatro vezes por semana eu faço ginástica, uma hora, duas, três. Normalmente no final de semana faço duas ou três horas e, durante a semana, uma hora. Isso foi super importante para mim. Não tinha nada a ver com a minha vida há cinco anos, eu era totalmente zero exercício. Agora eu acho que faz muito bem para a saúde, faz muito bem para a cabeça.

Eu sempre começo o dia com o exercício, depois tento ficar algumas horas sem fazer muitas reuniões pré-marcadas das 9h às 12h, para eu ter alguma flexibilidade no dia. Eu sempre faço reuniões nesse horário, mas marco na véspera, porque assim eu tenho alguma flexibilidade no meu dia.

Depois eu tenho dez reuniões por dia, de meia em meia hora, sem parar, de muitos assuntos. O difícil de ser presidente de uma empresa muito grande é que são muitos assuntos muito diferentes e não conectados. Às vezes eu tenho meia hora de reunião sobre contabilidade, finanças, outra com alguém da Colômbia, da Europa, dos Estados Unidos, aí leio um livro sobre criatividade, reunião de inovação.

Conseguir organizar essa mudança de contexto várias vezes por dia é um desafio enorme, mas também faz parte da diversão de ter uma empresa assim. Dá para fazer muitas coisas diferentes, aprender e viver coisas diferentes, conhecer pessoas diferentes, que eu admiro, acho isso o máximo.”

Impacto do iFood

“O que me anima muito é que temos a possibilidade de fazer tantas coisas legais. Eu tenho a obrigação e a responsabilidade de sonhar maior ainda hoje, sonhar o impacto que podemos ter. Eu tenho vários sonhos grandes diferentes. Eu comecei falando de sonho grande ligado a propósito, e o nosso sonho aqui no iFood é alimentar o futuro do mundo.

É uma empresa que tem 5.000 pessoas muito boas, com capacidade de investimento, que conseguem ter um impacto gigante e fazer um serviço que ajuda 40 milhões de pessoas por ano. Nosso sonho é, de fato, alimentar o futuro do mundo. A gente quer não só ser incrível e entregar uma comida boa para todos os bolsos, que seja saudável, para momentos especiais. Ao mesmo tempo, queremos alimentar o futuro, o que para a gente significa contribuir para o Brasil ser um lugar melhor, contribuir com educação, meio ambiente, inclusão, reduzir desigualdades históricas.

E o futuro do mundo, de novo, puxa um ‘quê’ para não só pensar grande, como para o meio ambiente —a gente quer ser uma empresa carbono zero e referência em energia limpa e produção sem poluir o meio ambiente. Eu sempre tive um sonho grande como esse. Mas agora temos a possibilidade de torná-lo verdade. Temos capacidade de investimento, gente muito boa, então eu tenho mais responsabilidade ainda e é super sério que a gente quer ser uma das maiores empresas do mundo e com maior impacto no segmento de comida e no nosso propósito de alimentar o futuro do mundo.”

Sonhos pessoais

“Meus sonhos grandes pessoais: continuar sendo uma pessoa que inspira, que é honesta, que constrói um país legal, continuar a estar muito perto da família, ter uma família feliz, mais do que bem-sucedida e que dinheiro, que viva bem e goste do que está fazendo.

Eu sou de Salvador, morei lá até os 18 anos, minha família é não só de Salvador, mas de Ilhéus e de Mutuípe. Eu sempre, desde pequenininho, sonhei em trabalhar com tecnologia, e computadores, com robôs, com espaço, com inovação, com aprender coisas novas. É uma paixão de verdade minha. Eu estudo muito e trabalho muito porque acho que estou fazendo algo muito legal, com um propósito e uma direção que eu gosto. Aliás, algo que eu sempre falo é: o segredo de dar certo é ser apaixonado pelo que você faz.

Eu adoro o que eu faço desde que eu comecei a trabalhar com computação. Eu comecei a estudar computação com oito anos de idade e a vender software de computador com 13 anos. Eu saía andando nos shopping centers tentando vender meus softwares, ninguém comprava. Errei bastante nos 13, 14, 15 anos. Minha mãe comprou bastante software meu, os parentes também, e depois eu comecei a vender um pouquinho para fora. Então sempre foi uma paixão divertida. Eu me divertia no caminho, em aprender, testar, dar errado, dar certo.”

Faculdade

“Eu tinha essa paixão de trabalhar com tecnologia e com espaço, com voar. Sempre tive paixão por voar: aviões, helicóptero e coisas do tipo. Eu pensei: ‘preciso ir para São Paulo, porque lá tem as melhores faculdades de tecnologia, centros de estudo’.

Aí eu passei na Unicamp, me mudei para Campinas. Adoro a Unicamp, que tinha aquele vestibular que, para mim, estimulava o ser ambidestro: ser bom em exatas, mas também em humanas e ter uma cabeça muito aberta para estudar coisas diferentes.

Entrei na faculdade com cabelo grande, tocava violão, pensava em coisas criativas e diferentes, então eu era bem menos disciplinado e executivo, como pensam que eu sou hoje. Fui super animado e agradecido. Aliás, eu sou agradecido a tudo: pela oportunidade de estar na Unicamp, pelo tanto que eu aprendi lá, pelos amigos que eu mantenho até hoje.”

Família

“Sou casado com a Cissa, tenho quatro filhas e nós vivemos em São Paulo. Eu gasto bastante tempo com a família. A gente tem que gastar tempo com os filhos, educar, falar de futuro, escutar o que eles pensam e sonham e os problemas deles. Então eu sempre tenho que arranjar tempo para ficar em casa, ler um livro de história junto com elas, falar do Tik Tok, explicar a importância de ler livros também.

As pessoas pensam assim: ‘você deve ser bem distante porque você está sempre ocupado’. Eu tô sempre ocupado, inclusive com ficar com a família, que é um valor muito importante para mim. E eu também tenho uma família enorme na Bahia, muita gente, 50 pessoas. Eu adoro vê-los, viajar para a Bahia para encontrá-los. Uma vez por ano a gente encontra essa família inteira, coloca todo mundo no ônibus e sai viajando pela Bahia. Eu adoro ficar perto da família também.”

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