Live debate papel da tecnologia no futuro da economia

Economista-chefe do iFood participa de encontro realizado pela Fundação Dom Cabral e explica como a Nova Economia pode impulsionar a produtividade

O futuro da economia brasileira e o papel da Nova Economia como impulsionadora da produtividade no país estiveram no centro de um debate promovido pela Fundação Dom Cabral (FDC) na última quinta-feira (9/6), com a participação de Erica Diniz Oliveira, economista-chefe do iFood.

A live “O Futuro” (assista à integra) faz parte da série de encontros online Imagine Brasil, promovidos pela instituição com o objetivo de encontrar soluções para o desenvolvimento do país sob uma ótica mais justa, sustentável e próspera.

Além de Erica, Roberta Tiso, diretora de marketing e sustentabilidade da Green4T (empresa de soluções de tecnologia e infraestrutura digital), e Carlos Primo Braga, professor associado da FDC, foram os painelistas do encontro, que teve a moderação de Paulo Paiva, também docente da instituição.

Confira, a seguir, os principais assuntos discutidos no encontro.

O futuro da economia no Brasil é….

De uma incerteza elevada —assim classificou o professor Carlos Braga. Fatores externos (como a Guerra na Ucrânia e a pandemia) e internos (como a política de desoneração) contribuem para essa explicação.

“A mensagem básica em termos da economia brasileira é a de uma situação de estagflação. Ou seja, crescimento relativamente baixo e inflação acima de dois dígitos, pelo menos neste ano”, disse.

Produtividade e inovação

Falando em produtividade do trabalho, Braga afirmou que o desempenho nesse quesito tem sido pífio nos últimos anos. E isso é um problema, uma vez que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o indicador que mede a atividade econômica de um país, tem relação direta com a evolução da produtividade.

Segundo o docente, de 1980 até os dias de hoje, o crescimento da produtividade no Brasil está em 0,1% ao ano (frente a 4,1% ao ano entre as décadas de 1950 e 1980). “A produtividade reflete três coisas: a intensidade de capital na economia, o capital humano e a inovação. Em todos eles o desempenho tem sido medíocre, particularmente em relação à inovação, nosso calcanhar de Aquiles”, disse. “Mas do ponto de vista de novos produtos, da introdução desses produtos na economia e de novos modelos de negócios, há uma oportunidade de melhorar esses números.”

Em sua fala, Erica Diniz explicou que os novos modelos de negócio, baseados na transformação digital, no uso intensivo de dados e de softwares, têm um enorme potencial para ampliar a produtividade do trabalho no país.

“A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) tem estudos que mostram que a adoção de novas tecnologias, como computação em nuvem, novos softwares e uso intensivo de dados, está associada ao crescimento de produtividade de empresas, no contexto da Europa, após um período de 5 anos”, explicou.

Mas e no Brasil? “A gente observa um aumento de empresas brasileiras que têm esse mesmo perfil, que seguem esses novos modelos de negócios, que investem em ativos intangíveis, como o próprio iFood e outras empresas menores”, disse Erica. “Isso traz alguma esperança dentro desse contexto macroeconômico tão difícil. Quando as inovações estiverem mais maduras, elas irão contribuir para o aumento da produtividade.”

Tecnologia a favor do meio ambiente

Roberta Tiso fez uma reflexão sobre a integração entre tecnologia e a agenda ESG de empresas e governos. “ A tecnologia é um vetor para mitigar impactos no meio ambiente”, disse a diretora de marketing e sustentabilidade da Green4T. Para exemplificar, ela trouxe o exemplo da Holanda, que com o uso de sensores, câmeras, edge computing, machine learning e outras tantas inovações, tornou-se o segundo maior exportador de alimentos do mundo (em valor monetário), mesmo sendo um país pequeno e densamente povoado.

“O futuro vai depender de quatro elementos: como eu produzo comida, como gerencio minha água, quais os elementos eu tenho para produzir energia e dados. Não enxergo um futuro sem eles”, disse.

Inovação não é só tecnologia

Quando se fala em inovação, há quem faça uma ligação direta com um serviço ou produto físico de última geração. Mas ela não está presente apenas nessa parte técnica. “A inovação em uma análise econômica, por exemplo, pode ajudar a desenvolver a inovação em um produto”, disse Erica.

A economista-chefe do iFood afirmou que esse entendimento de inovação como algo mais amplo está internalizado na empresa. “Buscamos sempre incentivar todos do time a ter protagonismo e buscar essa inovação”, afirmou.

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