Mudanças sociais ditam ritmo do Prêmio da Música Brasileira

Em entrevista exclusiva, José Maurício Machline, criador de uma das maiores premiações da música nacional, aborda novidades do evento neste ano

O empresário José Maurício Machline é um apaixonado por música, como ele mesmo define em sua conta no Instagram. E ele tem mesmo lugar de fala para essa afirmação. Afinal, Zé Maurício é o criador do Prêmio da Música Brasileira, uma das mais tradicionais premiações da música nacional.

O prêmio surgiu em 1987, quando Machline era diretor da Sharp, companhia que deu nome ao evento por muitos anos.

Em entrevista exclusiva ao iFood News, José Maurício Machline comenta sobre a importância de o iFood, uma empresa brasileira, patrocinar pela primeira vez, neste ano, o Prêmio da Música Brasileira, mais de três décadas depois de sua criação.

Em pauta, também, as mudanças na premiação desta edição. A categoria de “Cantor/Cantora”, por exemplo, passou a ser “Intérprete”, para incluir artistas não-binários, femininos e masculinos.

Por sua vez, a categoria Pop/Rock/Reggae/Hip Hop/Funk agora se chama “Música Urbana”. E a premiação de melhor DVD se torna “Melhor Produto Audiovisual”, para que clipes, projetos para plataformas de vídeo e documentários musicais também possam concorrer.

Confira a seguir o bate-papo com José Maurício Machline.

iFN – A música brasileira reflete a originalidade que marca a nossa cultura, que também é a de revelar talentos musicais em festivais. Qual a importância do Prêmio da Música Brasileira para dar continuidade a essas tradições?

José Maurício Machline – Está na maneira como o prêmio trabalha, por meio das curadorias, de trazer artistas do Brasil inteiro e todos os tipos de música. 

Se você analisar a lista de finalistas, vai constatar a diversidade de ritmos e de artistas. Verá artistas clássicos, mas também muitos nomes novos. Colocar uma luz sobre eles é uma forma de contribuir com a nova música no Brasil.

iFN – O Prêmio da Música Brasileira costuma trazer o convívio entre artistas consagrados e iniciantes. Você acha que esse intercâmbio estimula a criatividade de nossos artistas?

José Maurício Machline – A música brasileira tem muita referência. Se você pegar os grandes artistas, eles têm como referência artistas do passado, e a mesma coisa se repete com os artistas novos. 

É muito interessante quando você traz os novos artistas para o convívio do cotidiano dos artistas clássicos do Brasil, que em sua maior parte são referência para essa nova leva de artistas. 

E o prêmio tem essa missão de juntar esses artistas e de fazer, assim, uma comunidade sadia e próxima.

iFN – A música brasileira tem muita diversidade. E o prêmio, neste ano, traz novas categorias, favorecendo a inclusão de artistas não binários. A ideia é retratar o caráter diverso da nossa produção musical?

José Maurício Machline –  O prêmio tem que seguir de acordo com o andamento da população brasileira de maneira geral. A mudança para termos o melhor intérprete se faz necessária não por uma questão da música, mas por uma questão de exigências da sociedade. O mundo caminha dessa maneira.

iFN – Neste ano, o iFood, que é uma empresa brasileira, patrocina pela primeira vez o Prêmio da Música Brasileira. Qual a importância desse patrocínio para o Prêmio?

José Maurício Machline –  O fato de o iFood ser uma empresa brasileira, dirigida por brasileiros, forma uma junção de marcas de brasilidade com o que há de mais genuíno no Brasil em termos culturais, que é a música. 

O iFood, tanto quanto o Prêmio da Música Brasileira, tem uma representatividade nacional. Você pode pedir o seu iFood em qualquer lugar deste país, assim como você pode ouvir a música brasileira feita em qualquer canto. 

É uma junção de interesses e de marcas com uma potencialidade muito grande. Quem ganha com isso, evidentemente, é a música brasileira porque tem um patrocinador voltado para os seus interesses. 

iFN – Uma das novidades do prêmio é a que a categoria “Melhor DVD” se torna “Melhor Produto Audiovisual”. Contemplar o mundo digital é um dos papéis do prêmio?

José Maurício Machline – Quanto à junção de todos os formatos na categoria audiovisual, o DVD é uma mídia que está diminuindo cada vez mais, ao passo que os minidocs e documentários estão crescendo. Então, é mais do que natural que toda imagem ligada à música esteja em uma categoria só.

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