Termo popularizado nos anos 2010 traz um olhar mais ético para os negócios e foca no impacto positivo na sociedade
Quem disse que o lucro é o único objetivo do sistema capitalista? Na virada para os anos 2000, surgiu um novo olhar, mais abrangente, sobre a importância de as empresas considerarem também aspectos éticos, sociais e ambientais em seus valores e nas suas práticas.
Essa é a premissa do capitalismo consciente, uma filosofia inspirada na definição do economista e Nobel da Paz Muhammad Yunus para o Grameen Bank, banco de microcrédito que fundou em Bangladesh para tirar as pessoas da pobreza. Em 1995, Yunus disse que seu negócio social era um exemplo de um novo capitalismo, socialmente consciente.
Nos anos seguintes, o termo começaria a surgir em estudos e conferências sobre novas maneiras de fazer negócios, até que foi popularizado no mundo todo a partir de 2013, quando John Mackey, cofundador da Whole Foods, e Raj Sisodia, professor de marketing da Babson College, publicaram o livro “Capitalismo Consciente: Como Libertar o Espírito Heroico dos Negócios”.
Heroico porque, segundo a filosofia do capitalismo consciente, negócios têm o poder de tirar as pessoas da pobreza e criar prosperidade. Por isso, as empresas devem ter propósitos maiores, que sirvam também a todos os seus stakeholders (todas as pessoas interessadas ou afetadas pelas práticas de uma empresa) e criem um impacto positivo no mundo.
Os 4 princípios do capitalismo consciente
Segundo o Instituto Capitalismo Consciente Brasil, os princípios que regem essa maneira de fazer negócios são:
Propósito maior
Pensar por que a empresa existe é o primeiro passo para causar impacto positivo. Esse propósito norteia a companhia, que deve ver o lucro como um meio necessário para alcançar seu propósito, não como um fim em si mesmo.
Foco nos stakeholders
As empresas precisam criar valor com e para seus vários stakeholders, como clientes, funcionários, fornecedores, investidores e comunidades.
Liderança consciente
Líderes são pessoas que veem um caminho e inspiram os outros a ir junto —e os conscientes focam na criação de valor, na harmonização dos interesses dos stakeholders e na criação de uma cultura corporativa consciente.
Cultura consciente
É o conjunto de valores, princípios e práticas que permeia a atmosfera de um negócio e conecta os stakeholders entre si e com o propósito da companhia. No capitalismo consciente, essa cultura deve promover seus valores e propósitos.
