Por que a bandeira do orgulho LGBTQIAP+ é inspirada em um arco-íris?

Saiba qual é o simbolismo das cores e como a bandeira foi mudando para representar mais comunidades

A bandeira com as cores do arco-íris é, há quatro décadas, o símbolo da comunidade LGBTQIAP+. Mas você sabe por que ela tem essas cores? Essa é uma história que começa no final dos anos 1970, quando os movimentos pelos direitos de pessoas homossexuais estavam ganhando destaque nos Estados Unidos.

A ideia surgiu de uma proposta feita pelo ativista e político Harvey Milk ao designer Gilbert Baker, que também atuava como artista drag em São Francisco. Harvey queria encontrar um símbolo para o movimento que reunisse as pessoas e levasse uma mensagem positiva. 

Isso porque, na época, o símbolo mais popular era o triângulo rosa, que havia sido usado para marcar as pessoas gays durante o Holocausto e, depois, passou a ser usado para mostrar a resistência dessa comunidade. “Todos sentimos que precisávamos de algo que fosse positivo, que celebrasse o nosso amor”, relembra Gilbert em seu livro autobiográfico.

Ele pensou, então, em fazer uma bandeira. “Bandeiras simbolizam poder. Elas dizem alguma coisa. Você coloca uma bandeira de arco-íris no pára-brisa e está dizendo alguma coisa”, disse o artista em entrevista ao ABC7 News.

Para ele, o arco-íris seria a melhor maneira de representar a diversidade dessa comunidade e todos os elementos presentes na vida de cada um. As cores originais eram rosa-choque (sexualidade), vermelho (vida), laranja (cura), amarelo (Sol), verde (natureza), turquesa (magia e arte), índigo (serenidade) e violeta (espiritualidade). 

As novas cores

A primeira versão da bandeira do orgulho gay, tingida e costurada a mão por Gilbert e seus amigos, foi exibida no Dia da Liberdade Gay —precursor das paradas do orgulho gay— em São Francisco, em 1978. Originalmente, tinha oito cores, mas quando ele foi produzir a bandeira em escala, soube que a fábrica não tinha tecido rosa-choque, então teve de tirar essa cor da bandeira. Outra adaptação foi feita para unir o índigo e o turquesa, que se tornaram azul royal —e essas são as seis cores que a bandeira tem hoje.

Ou tinha, até 2018. Naquele ano, a bandeira foi modificada pelo artista Daniel Quasar, inspirado em outras bandeiras já criadas. O objetivo era abraçar também as comunidades transgênero (com as cores azul, rosa e branco na parte esquerda) e as pessoas negras, indígenas e de origem asiática (listras marrons e pretas, que também lembram as pessoas com Aids). Na nova versão, as listras formam uma seta, indicando que o movimento está continuamente avançando.

Será que Gilbert, falecido em 2017, aprovaria? Pelo que ele disse em entrevista à NBC, sim. “O importante é a ideia do arco-íris. Não importa se forem, oito, seis ou 69 cores. O fio da bandeira do arco-íris que une as pessoas é aquele momento singular em que reivindicamos a nossa própria verdade. Esse é o verdadeiro poder. É esse momento que conecta todas as gerações.”

Hoje, nas paradas do orgulho LGBTQIAP+ pelo mundo, você também vai encontrar outras bandeiras tremulando, como as das pessoas assexuais (listras preta, cinza, branca e roxa), não-binárias (listras amarela, branca, roxa e preta), interssexuais (bandeira amarela com círculo roxo no meio) e panssexuais (listras rosa, amarela e azul). Viva a diversidade!

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