As invenções brasileiras fazem parte de um legado criativo que mostra a capacidade do país de transformar ideias em soluções inovadoras.
Ao longo da história, o Brasil não apenas acompanhou avanços tecnológicos globais, mas também apresentou criações originais que marcaram presença no cotidiano e até em cenários internacionais.
Algumas dessas descobertas parecem simples, mas mudaram hábitos; outras, mais complexas, tiveram impacto direto em áreas como transporte, comunicação e energia.
O mais interessante é que muitas vezes essas invenções nasceram de necessidades locais, mas acabaram se espalhando pelo mundo, consolidando o Brasil como fonte de inovação.
Neste artigo, vamos explorar desde os primeiros inventores do século XIX até startups contemporâneas, destacando também as invenções femininas brasileiras, que apesar de menos faladas, foram fundamentais.
O objetivo é inspirar e valorizar as criações nacionais, reforçando como elas contribuem tanto para os negócios quanto para o desenvolvimento da sociedade.
O pioneirismo das invenções brasileiras
O século XIX marcou o início das maiores invenções brasileiras, revelando talentos que abriram espaço para a ciência.
Um exemplo é Hercule Florence, considerado um dos inventores da fotografia, que em Campinas desenvolveu técnicas de fixação de imagens antes mesmo de franceses e ingleses.
Já o padre Roberto Landell de Moura realizou experimentos pioneiros em transmissão de rádio, registrando patentes nos Estados Unidos. Esses feitos mostram que, desde cedo, o Brasil não era apenas consumidor de tecnologia, mas também produtor de inovação.
Importante destacar as invenções femininas desse período: Chu Ming Silveira, arquiteta responsável pelo design do icônico orelhão, levou a comunicação para as ruas do país e inspirou soluções urbanas no mundo.
Também merece menção Therezinha Beatriz Zorowich, criadora do escorredor de arroz, exemplo de inventividade aplicada ao cotidiano.
Esses nomes pioneiros mostram que a criatividade brasileira sempre esteve presente, unindo ciência, praticidade e impacto social.
As maiores invenções brasileiras do século XX
Do banho quente ao voto eletrônico, o século XX transformou o cotidiano com invenções made in Brasil. Vamos conhecer algumas?
- Na cidadania, a urna eletrônica (1996, equipe do TSE liderada por Carlos Velloso) encurtou a apuração, elevou a confiabilidade e virou referência internacional.
- O chuveiro elétrico (1940, Francisco Canhos), apesar de não ser exclusivamente brasileira, teve seu modelo popularizado no Brasil com características locais, o que barateou o conforto doméstico e impulsionou cadeias de eletrificação e varejo;
- Na mobilidade, o motor a álcool (1975, Urbano Ernesto Stumpf e equipe do Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e o etanol automotivo criaram um mercado robusto, reduziram a dependência de combustíveis importados e abriram espaço a políticas de biocombustíveis. Os detalhes sobre a invenção foram colaborativos e ocorridos nas décadas seguintes, associado ao contexto do Proálcool (iniciado nos anos 1970).
Todas nasceram de necessidades locais e inspiraram outros países.
Para negócios, cada caso ensina a identificar dor real, prototipar, testar em escala e construir vantagem competitiva.
São trajetórias que conectam ciência aplicada, indústria e governo, e que pavimentam invenções brasileiras que mudaram o mundo.
A presença (quase invisível) das inventoras
Apesar de cruciais, as invenções femininas brasileiras quase não aparecem quando se fala em inovação.
Porém, isso não quer dizer que não existam ou que não sejam relevantes. Pelo contrário, são significativamente transformadoras. E exemplos não faltam.
Já citamos a arquiteta Chu Ming Silveira, que criou o design do orelhão (1971), peça urbana exportada e exemplo de projeto centrado no usuário.
Pontuamos também Therezinha Beatriz Zorowich, que patenteou o escorredor de arroz (1959), solução simples que ganhou mercado — prova de que invenções concebidas por mulheres movem a economia do cotidiano.
No agro, Johanna Döbereiner, cientista naturalizada, impulsionou a fixação biológica de nitrogênio (a partir da década de 1950), base para inoculantes que reduziram fertilizantes e ampliaram a competitividade da soja.
Muitas pesquisadoras atuaram com menor acesso a capital, redes e patentes; ainda assim, pavimentaram rotas tecnológicas exploradas até hoje.
Dar visibilidade a esse legado amplia repertório, inspira novas inventoras e acelera invenções brasileiras que mudaram o mundo, um passo estratégico para que mais mulheres liderem pesquisa, prototipagem e comercialização.
Invenções brasileiras que mudaram o mundo
Algumas invenções concebidas no Brasil que mudaram o mundo tornaram-se símbolos de inovação global.
O caso mais emblemático é o de Santos Dumont, cujo 14-Bis realizou, em 1906, o primeiro voo homologado da história, consolidando o Brasil como protagonista da aviação.
Outra invenção marcante é o identificador de chamadas, a famosa “Bina”, criada por Nélio Nicolai, que se espalhou rapidamente por diferentes países.
Na área da saúde, os soros desenvolvidos por Vital Brazil salvaram milhares de vidas, mostrando o impacto direto da ciência nacional.
Também é preciso reconhecer o papel das cientistas Ester Sabino e Jaqueline Goes de Jesus, que lideraram o sequenciamento genético do coronavírus em tempo recorde, ajudando o combate global à pandemia.
Esses exemplos, somados ao trabalho de inventoras e inventores, reforçam como as maiores invenções brasileiras ultrapassaram fronteiras.
Mais que produtos ou descobertas, elas representam criatividade aplicada à solução de problemas reais, com efeito duradouro na sociedade.
Desafios para transformar invenções em negócios no Brasil
Apesar de tantas conquistas, transformar as criações brasileiras em negócios de sucesso continua sendo um desafio.
Um dos principais entraves é a burocracia ligada às patentes: o processo de registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) pode levar muito tempo, desestimulando inventores e investidores.
Ainda assim, em 2018 foram depositados 27.444 pedidos de patentes (invenções e modelos de utilidade) no Brasil.
Outro desafio relevante é o fato de que muitas ideias ficam no papel por falta de capital de risco e infraestrutura adequada para testes e prototipagem.
Enquanto outros países contam com ambientes consolidados de pesquisa e desenvolvimento, o Brasil ainda engatinha em integrar universidades, governo e setor privado.
As invenções femininas brasileiras enfrentam obstáculos adicionais, já que mulheres têm menos acesso a redes de financiamento e mentorias de negócios.
Vale destacar, ainda, a concentração regional de recursos no Brasil. De acordo com o Atlas da Inovação, São Paulo concentra 38,7% das empresas com potencial inovador do país. Ou seja, o Estado abriga mais de um terço desse ecossistema.
Essas barreiras fazem com que muitas criações nacionais não alcancem o mercado global.
Superar esses gargalos é essencial para transformar as maiores invenções brasileiras em empresas competitivas, capazes de gerar empregos, exportações e reconhecimento internacional.
Invenções contemporâneas e startups inovadoras no Brasil
O Brasil segue como terreno fértil para novas ideias, e as invenções brasileiras mais recentes estão ligadas ao ecossistema de startups.
Em 2024, startups brasileiras captaram R$ 13,9 bilhões em investimentos, um salto de cerca de 50% em relação a 2023. E o que elas vêm criando? Separamos três exemplos de diversos setores:
- Startups de cleantech também ganham espaço, propondo alternativas energéticas sustentáveis em um cenário global de transição;
- No agronegócio, soluções em agritech ajudam a otimizar o uso da terra e reduzir custos ambientais, mantendo o país como potência agrícola;
- Já as fintechs brasileiras criaram meios de pagamento digitais que hoje competem com gigantes internacionais, ampliando a inclusão financeira.
E você sabia que o iFood atua como protagonista neste ecossistema de inovação?
A empresa adota o conceito de inovação aberta, buscando parcerias com universidades e startups para testar ideias de forma rápida e modular, no chamado método “Jet Ski”.
Esse modelo permite validar soluções em menor escala antes de expandi-las, acelerando a chegada de novas tecnologias ao mercado.
Outro exemplo são os robôs autônomos e drones de entrega, já testados pela companhia em cidades brasileiras. Nossa simpática robozinha ADA evolui para fazer entregas autônomas e já consegue até chamar elevador.
Essas iniciativas reforçam que as invenções brasileiras contemporâneas não se limitam a startups emergentes, mas também incluem grandes empresas que apostam em experimentação contínua e colaboração para desenhar o futuro da inovação.
Leia também: MVP (Produto Mínimo Viável): o guia completo para validar sua startup
Do protótipo ao mercado: como escalar invenções nacionais
Transformar ideias em negócios exige estratégia.
Muitas invenções concebidas no Brasil ficam restritas ao protótipo, mas o caminho para o mercado depende de licenciamento, spin-offs e parcerias entre universidades e empresas.
No Brasil, aceleradoras e incubadoras vêm desempenhando papel crucial ao oferecer mentorias, infraestrutura e acesso a investidores.
Ainda assim, a jornada é desafiadora: falta integração entre ciência e setor produtivo, além de incentivos fiscais que atraiam mais capital de risco.
As invenções femininas brasileiras também precisam de políticas de apoio específicas, já que mulheres empreendedoras encontram maiores barreiras para captar recursos.
Exemplos de sucesso, como startups que nasceram em laboratórios acadêmicos e hoje exportam tecnologia, mostram que é possível.
Para isso, o país precisa valorizar seu capital intelectual e criar um ambiente de negócios mais dinâmico.
Afinal, como bem pontua nosso CEO Diego Barreto, “inovação não é sobre ter um departamento específico, mas sobre dar liberdade para que as pessoas questionem e proponham novas soluções”
Quais foram as principais invenções brasileiras?
Fotografia de Hercule Florence, avião de Santos Dumont, chuveiro elétrico, urna eletrônica, motor a álcool, escorredor de arroz, Bina, entre outras.
Quais são 20 inventores brasileiros?
Entre eles: Santos Dumont, Vital Brazil, Nélio Nicolai, Landell de Moura, Hercule Florence, Chu Ming Silveira, Ester Sabino, Jaqueline Goes e outros.
Quais são as 8 tecnologias que nasceram no Brasil?
Chuveiro elétrico, urna eletrônica, Bina, avião, motor a álcool, escorredor de arroz, soros antiofídicos e orelhão.
Quais são as 10 invenções mais importantes da história?
Roda, imprensa, avião, eletricidade, telefone, internet, vacina, computador, motor a combustão e penicilina.