iFood abre Central de Apoio presencial para entregadores no Rio

Espaço oferece atendimento jurídico e psicológico a quem sofrer discriminação, agressão e assédio

O iFood abriu um espaço físico da sua Central de Apoio, no Rio de Janeiro, para acolher presencialmente entregadores e entregadoras que sofram discriminação, agressão física, ameaça, assédio e abuso ou violência sexual durante o trabalho.

A Central de Apoio Jurídico e Psicológico foi criada em junho de 2023 em parceria com a Black Sisters in Law, um coletivo de advogadas negras. 

No início, os atendimentos da Central de Apoio eram feitos online, e agora serão realizados também no edifício onde fica a sede da Black Sisters in Law —a princípio por seis meses, para entender a efetividade da medida.

Além da Central de Apoio presencial, durante esses seis meses, o iFood vai oferecer no mesmo local seu primeiro espaço exclusivo de descanso para entregadoras mulheres. Entre uma entrega e outra, elas poderão tomar água e café e usar o banheiro, além de recarregar o celular e esperar em lugares de repouso. Todo mês serão realizadas rodas de conversas sobre o universo feminino.

O Rio de Janeiro foi a cidade escolhida para esse projeto piloto da Central de Apoio presencial porque concentra o maior número de conflitos entre entregadores e clientes. Somente entre agosto e outubro de 2023 foram registrados 596 casos de agressão na cidade.

Grande parte desses conflitos acontece quando clientes exigem que o entregador ou a entregadora vá até a porta de seu apartamento. No entanto, eles devem ir apenas até o primeiro ponto de contato da residência (como a portaria principal do condomínio), conforme a orientação dada pelo iFood aos entregadores e clientes. 

A espera gera ainda outro problema. O Rio de Janeiro registra hoje o maior tempo médio para que uma entrega seja concretizada: cerca de  5 minutos, o dobro da média nacional. 

Na Barra da Tijuca, a questão é ainda mais preocupante, pois o bairro registra o maior número de pedidos com tempo de espera superior a dez minutos, quase três vezes mais se comparado com outras cidades.  

“Nossa intenção é alertar as pessoas de que, ao ficar muito tempo aguardando para realizar uma entrega, o entregador deixa de fazer outras, o que compromete a sua renda”,  afirma Johnny Borges, diretor de Impacto Social do iFood.

Além disso, ele reforça que, ao deixar seu veículo, entregadores correm o risco de ter seus pertences furtados ou mesmo de cometer uma infração, já que muitas vezes não há local para estacionar. “É uma questão de segurança para ambos os lados e de respeito com o trabalho realizado por esse profissional”, reforça Johnny.

Ação educativa com o Secovi

Ciente dessa realidade —e considerando que a maior parte dos clientes da plataforma no Rio moram em condomínios fechados (77%), nos quais a distância entre a portaria e o apartamento é igual ou superior a 5 minutos— o iFood se uniu ao Secovi Rio para realizar diversas ações educativas. 

O objetivo dessa iniciativa é sensibilizar porteiros, condôminos e também convidar síndicos a repensar normas e regras dos condomínios. 

Desde o início do projeto, já foram impactados cerca de mil síndicos, porteiros e administradoras de condomínios. Eles fizeram workshops para aprimorar o processo de entrega em condomínios e para abordar atitudes que minimizam o risco de conflitos.

Também foram formados grupos focais para cocriar soluções e orientações sobre subir ou não subir até o apartamento. Desde outubro, o projeto vem sendo intensificado por meio de parceria com associações de condomínios na Barra da Tijuca.

“O Secovi Rio representa mais de 32 mil condomínios no Rio de Janeiro. Nosso papel é defender os interesses do setor, e isso inclui fazer parcerias estratégicas que possam melhorar a rotina condominial e a gestão dos síndicos. O acesso dos entregadores aos condomínios envolve a segurança dos moradores e funcionários, que é uma questão fundamental para condomínios. Por isso, estamos empenhados nesse trabalho de conscientização”, afirma Pedro Wähmann, Presidente do Secovi. 

Campanha para os clientes e treinamento para entregadores

Além de ter a Central de Apoio, para evitar conflitos entre clientes e entregadores, o iFood também realiza a campanha “Boas práticas”, que mostra aos clientes como se comunicar de maneira mais amistosa, gentil e respeitosa. 

Essas mensagens estão sendo veiculadas pelo aplicativo do iFood e nos canais internos de mais de 240 condomínios e atingem, semanalmente, mais de 870 mil pessoas. 

Os clientes também estão sendo comunicados sobre a existência da Central de Apoio Jurídico e Psicológico. “A ideia é alertar que se o entregador sofrer alguma agressão, ele terá o apoio do iFood. Já o cliente, além de ser banido da plataforma,pode responder judicialmente”, destaca Johnny. 

Já os entregadores têm acesso a cursos por meio do Decola, plataforma voltada para o desenvolvimento desses profissionais e que disponibiliza gratuitamente conteúdos sobre boas práticas com os clientes, dicas para realizar as entregas, como manter a conta segura, segurança no trânsito, entre outros.

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