O 5G está entre nós: saiba como isso melhora a logística

A chegada do 5G viabiliza tecnologias que podem melhorar os serviços de logística, como o delivery; saiba o que pode mudar com essa conexão ultra rápida.

Conexão móvel de alta velocidade e baixa latência pode popularizar o uso de robôs para fazer entregas

No início de julho, uma parte dos brasileiros experimentou pela primeira vez a conexão “pura” do 5G, a quinta geração da internet móvel. Em Brasília (DF), clientes da Claro e da Tim com um celular apto para essa conexão (confira se o seu aparelho navega no 5G) chegaram a comemorar nas redes sociais a velocidade. Acontece que não é só o nosso jeito de acessar a internet que vai mudar com a chegada da tecnologia. 

O 5G é tido como um fator primordial para o desenvolvimento da nossa economia e da mudança de nível da indústria nacional. Com ele, tecnologias como Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial, computação em nuvem, realidade virtual, realidade aumentada, carros autônomos e até drones têm a chance de mostrar todo o seu potencial.

Isso porque a conexão 5G traz:

  • Alta velocidade, de 1 a 10 gigabits por segundo; 
  • Baixa latência, ou seja, menor tempo de resposta entre um comando e uma ação (no 5G é de 1 a 5 milésimos de segundos); 
  • Ampla conectividade, isto é, mais coisas podem se conectar ao mesmo tempo;
  • Maior largura de banda, a quantidade de informação que é trocada nesse ecossistema. 

O 5G na transformação da logística

A baixa latência, por exemplo, é tida como um fator importante para aprimorar a segurança da direção autônoma de veículos e aumentar a confiança na telemedicina, em especial das cirurgias feitas remotamente. 

Essa característica também pode ajudar a popularizar o uso de robôs como parte da operação logística de entrega, explica matéria publicada no blog da empresa de telecomunicações francesa Orange. Ou seja, é bem provável que daqui a um tempo seja cada vez mais comum ver robozinhos como a ADA perambulando pelas ruas —e contribuindo para a redução do trânsito e da emissão de gás carbônico. 

“Com o 5G, os sensores dos droides podem transferir todos os seus dados sem nenhum atraso, sejam imagens de câmeras de alta definição, geolocalização, informações coletadas por sensores infravermelhos ou de ultrassom. Portanto, haverá um aviso instantâneo em caso de emergência e uma pessoa pode assumir o controle do robô por motivos de segurança ou para contornar um obstáculo”, explica a publicação.

A Verizon, empresa de telecomunicações dos Estados Unidos, acredita que a quinta geração de conectividade impactará diferentes etapas da cadeia logística. “Ela pode trazer flexibilidade e coordenação antes intangíveis nas redes cabeadas, além de proporcionar maior visibilidade e controle sobre os sistemas de transporte com dados de remessas e condições climáticas quase em tempo real”, descreve um artigo em seu site.

O gerenciamento de estoque, a implantação de veículos autônomos e a possibilidade de uma rápida interferência em problemas que ocorram em um dos elos da cadeia também são elencados como fatores positivos. Já é possível rastrear veículos e pedidos em tempo real, mas a estabilidade na comunicação via 5G feita entre todas as coisas conectadas torna os dados gerados mais confiáveis e precisos.

E ainda será possível ampliar o leque de veículos que podem fazer a última milha das entregas (a última etapa do processo) e, assim, ter mais drones voando pelos céus levando nossas encomendas, remédios, compras e comidas.

Em artigo publicado no site Convergência Digital, o mestre em ciências Eduardo Vasconcellos explica que a operação logística com drone é altamente dependente da comunicação sem fio confiável e segura. 

Para ele, a chegada do 5G trará como benefícios “maior cobertura geográfica, mais altas taxas de transmissão de dados, menores latências, maior imunidade a interferências e maior segurança cibernética, entre outros atributos de qualidade de serviço”.

Cronograma do 5G no Brasil

O 5G puro, ou seja, quando o sinal entrega todo o potencial que pode oferecer, começou por Brasília e até setembro de 2022 deverá estar disponível em todas as capitais do país.

A expectativa é que todas as zonas urbanas do Brasil tenham cobertura 5G até dezembro de 2029. Até lá, serão realizadas diversas fases de instalação de antenas de celular que entreguem esse sinal. O cronograma de cada fase pode ser acessado no site da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

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