Entenda a precarização do trabalho no Brasil e seus impactos na economia e sociedade

Entenda o conceito de precarização nas relações de trabalho. Conheça também as iniciativas que o iFood promove em prol dos entregadores.
Atualizado em 22/03/2023 – 16h

Você já deve ter ouvido falar em precarização. Mas já parou para pensar no real significado da palavra? Neste texto, você vai:

  • entender o conceito de precarização nas relações de trabalho
  • como a precarização se aplica – ou não – a atividades exercidas na Nova Economia
  • ficar por dentro de como funciona o iFood e como o investimento em digitalização e eficiência de processos ajuda no desenvolvimento dos entregadores cadastrados no aplicativo e na geração de mais oportunidades de trabalho
  • saber quanto ganha um entregador.

O que é precarização?

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e especialistas elencam alguns cenários que são indicativos de precarização nas relações de trabalho. Dessa forma, são eles:

  • insegurança no mercado de trabalho por falta de oportunidade;
  • insegurança no trabalho devido à falta de proteção adequada caso venha a perder o posto de trabalho;
  • condições precárias de segurança ocupacional e saúde;
  • insegurança no trabalho devido à dificuldade de continuar a exercer a atividade por falta de qualificação;
  • falta de acesso à educação básica e treinamento vocacional;
  • insegurança de renda, no presente e no futuro; e
  • insegurança quanto à possibilidade de ter os direitos coletivos da categoria representados por um sindicato.

Por que está acontecendo a precarização do trabalho?

A precarização começou a aumentar quando o número do desemprego no Brasil cresceu exponencialmente. 

Dessa forma, muitos empregadores se aproveitaram de uma situação de fragilidade e desemprego crescente para oferecer péssimas condições de trabalho.

Trabalhar com aplicativo: precarização ou não?

Para responder essa pergunta, voltamos aos itens listados pela OIT como sinais de alerta. Nesse sentido, eles ajudam os entregadores e o iFood a analisarem se estão ou não diante de relações de trabalho precarizadas.

Insegurança no mercado de trabalho por falta de oportunidades e postos de trabalho

Apesar de não ser possível prever quantas entregas o parceiro poderá fazer no dia, o iFood se preocupa em informar ao entregador os dias e os locais com maior potencial de volume de pedidos. Dessa maneira, permite que ele tenha acesso às melhores oportunidades de geração de renda. Confira aqui os top lugares e horários para fazer entregas.

Além disso, estamos sempre atentos para balancear o ecossistema, liberando o cadastro de novos entregadores de forma proporcional ao aumento de demanda. Dessa forma, evitando que isso prejudique a ocupação dos que já estão ativos na plataforma.

Insegurança no trabalho devido à falta de proteção adequada caso o trabalhador venha a perder o posto

O iFood tem um grande compromisso com a comunicação clara e objetiva dos Termos de Condições de Uso da plataforma. Por isso, a desativação do entregador só ocorre em casos de fraude, má utilização do aplicativo ou descumprimento dos termos e condições. Para conhecer os motivos mais frequentes de desativação, clique aqui.

Portanto, se isso acontecer, o entregador será notificado pelo app e receberá instruções de como entrar em contato com o iFood para contar sua versão dos fatos. Cada situação é analisada individualmente.

A empresa reforça, ainda, que não são desativados os entregadores que participam de manifestações – afinal, a Constituição brasileira determina que a liberdade de se expressar e se manifestar é um direito de todos.

Insegurança no trabalho devido à dificuldade de continuar a exercer a atividade por falta de qualificação

A facilidade de adesão à atividade de entregador revela que existem poucas barreiras de entrada:

  • Carteira Nacional de Habilitação da categoria do veículo (RG válido para quem utiliza bicicleta),
  • Veículo próprio ou de aluguel,
  • Ser maior de 18 anos,
  • Ter um celular,
  • Plano de internet.

Além disso, para facilitar a entrada de novos profissionais no mercado, o iFood ainda realiza ações e projetos de incentivo à formação desses trabalhadores. Por exemplo, em parceria com o Sesi, oferece um curso gratuito e online, com módulos sobre postura profissional em sociedade, desenvolvimento pessoal, responsabilidade no trânsito e equipamentos de entrega.


Confira aqui
os depoimentos de quem participou do curso. Conheça também outras iniciativas de qualificação, como o Pedal Responsa.

A empresa também promove campanhas de conscientização e educação no trânsito, como Maio Amarelo e Anjos de Capacete. Assim, periodicamente, enviamos novos conteúdos sobre o tema por meio dos diversos canais de contato que temos com o entregador.

Condições precárias de segurança ocupacional e saúde

Nossa estimativa do tempo de entrega é feita de forma que o entregador possa dirigir com segurança, respeitando os limites de velocidade e as regras de trânsito. Sendo assim, não fazemos promoções que incentivem a maior quantidade de entregas em um menor período de tempo.

Além disso, entre uma entrega e outra, o entregador conta com pontos de apoio em cerca de 500 restaurantes parceiros em 14 cidades – clique aqui para saber como localizá-los – e de outros espaços de apoio. Saiba mais sobre o espaço inaugurado em parceria com a prefeitura de Osasco, cujo modelo está em expansão.

Oferecemos também gratuitamente o seguro de acidentes pessoais a todos os entregadores, com cobertura de consultas, exames, cirurgias e atendimento emergencial. Além do mais, há indenização para lesões temporárias ocorridas durante as corridas pelo aplicativo ou trajeto de volta para casa.

Atentos à saúde e segurança do entregador já destinamos mais de R$133 milhões, desde março de 2020, a iniciativas para protegê-lo na pandemia. Conheça os projetos do iFood que visam ao bem-estar dos entregadores.

Falta de acesso à educação básica e treinamento vocacional

O investimento que fazemos na capacitação do trabalhador vai além de contribuir para o aprimoramento no próprio ofício. Ou seja: visa ao desenvolvimento de competências e habilidades gerais e fundamentais para sua inserção e crescimento no mercado de trabalho.

É o caso do ensino gratuito oferecido pela plataforma Aprendizap, que traz exercícios de sete disciplinas dos Ensinos Fundamental e Médio e pré-Enem para o entregador fazer pelo WhatsApp. Fechamos, além disso, uma parceria com a FAM (Faculdade das Américas) para diversos cursos superiores, com descontos de até 70%.

Conheça outras iniciativas do programa iFood Decola, como a Cubos Academy e Vamo Ai.

Insegurança de renda, no presente e no futuro

Embora a demanda por trabalho em plataforma seja variável, estabelecemos o valor de R$ 6 pela rota mínima. Dessa forma, ele nunca é menor que isso, que geralmente é o valor das entregas mais curtas.

Por km rodado na distância total, também é repassado ao entregador o mínimo de R$ 1,50. Além disso, se o entregador estiver longe do restaurante ao aceitar o pedido – a partir de 5 km de distância -, ele recebe um valor adicional.

E caso tenha que esperar mais de 30 minutos no restaurante, recebe também um valor extra equivalente à meia rota.

Sendo assim, os fatores que compõem o cálculo dos valores pagos pelas entregas – rota, cidade e modal – são transparentes e estão disponíveis para consulta. No próprio aplicativo, antes de decidir aceitar ou não um pedido, o entregador pode conferir exatamente qual é o valor repassado pela entrega, assim como o extrato de entregas realizadas e respectivos valores.

Insegurança quanto à possibilidade de o trabalhador ter os direitos coletivos da categoria representados por um sindicato

O iFood não faz nenhuma restrição à atividade política e sindical dos entregadores. Dessa maneira, respeitamos o direito de greve e manifestação e não aplicamos quaisquer penalidades em relação a isso.

Portanto, levando em conta todos esses aspectos, defendemos que não há precarização na relação de trabalho estabelecida com os entregadores que geram renda a partir do plataforma do iFood. Pelo contrário. Nesse sentido, estudos revelam que os aplicativos têm sido fonte de oportunidades e renda para um número cada vez maior de trabalhadores no país.

Segundo pesquisa do Instituto Locomotiva realizada em fevereiro de 2021 com 2.643 entregadores que atuam por meio de diversos apps de delivery, 59% dos entrevistados afirmam que a renda atual é maior que no trabalho anterior. Além disso, o valor recebido via aplicativos também é 35% mais alto que a renda de quem trabalha direto para restaurantes.

Além do mais, nota-se que a relação das empresas que pertencem à Nova Economia se estabelece sob novos parâmetros, com base na flexibilidade e autonomia do trabalhador. É o que revela a pesquisa do Instituto Locomotiva, de fevereiro de 2021, segundo a qual 2 em cada 3 entregadores de comida preferem a autonomia e flexibilidade a trabalhar com carteira assinada.

Isso, no entanto, não deve ser incompatível com a garantia da dignidade e dos direitos desses trabalhadores. É por isso que o iFood é favorável à regulamentação do trabalho em plataformas digitais – uma discussão e um projeto que devem contar com a participação dos profissionais, das empresas, das autoridades públicas, da academia e da sociedade civil.

Precarização do trabalho: veja 5 iniciativas do iFood para evitar esse problema

A precarização do trabalho é um tema muito importante para o iFood, especialmente quando envolve os entregadores e entregadoras da plataforma. 

Para evitar esse problema, oferecemos uma série de vantagens para os nossos parceiros. Confira: 

  1. Seguro contra acidentes: benefício oferecido a todos os entregadores durante o período de entrega;
  2. Plano de saúde: em parceria com a Avus, é oferecido consultas e exames gratuitos, além de medicamentos com 80% de desconto;
  3. Delivery de vantagens: clube de benefícios criado pelo iFood em parcerias com diversas empresas que podem envolver manutenção de motos, compra de celulares e muito mais;
  4. Escuta ativa: periodicamente, o IFood marca encontros com lideranças para discutir como melhorar as condições de trabalho e remuneração dos entregadores;
  5. Meu Diploma do Ensino Médio: curso voltado para os entregadores que não conseguiram concluir o médio. 

Além das iniciativas citadas, o iFood desde 2021 apoia publicamente o debate sobre regulação do trabalho em plataformas. 

Em 2023 reforçamos nossa abertura junto ao Governo Federal para discutir com poder público e trabalhadores novas regras para as novas relações de trabalho, que garantam proteção social e direitos para a categoria.

Por fim, é importante destacar que todos os direitos dos entregadores são garantidos pela plataforma, como: 

  • liberdade, autonomia e garantia de ganhos compatíveis com o salário mínimo no Brasil;
  •  jornada média semanal na plataforma de 8,2 horas (consideradas as horas em entregas);
  • reduz desigualdades, inclusive de gênero e raça, por meio da eliminação de barreiras estruturais de acesso ao mercado de trabalho;

Como funciona o iFood?

Entender como funciona o iFood é fácil. Somos uma empresa de tecnologia aplicada ao universo da alimentação – também conhecida como uma FoodTech. Nesse sentido, nossa missão é desenvolver soluções e formas cada vez mais inteligentes de intermediar a produção de comida, a venda e a entrega até a mesa do consumidor.

Antes de começar a usar o aplicativo, consumidores e parceiros – restaurantes, supermercados, lojas de conveniência, farmácias, petshops e entregadores -, aceitam os Termos & Condições do aplicativo. Isso traz mais segurança para todos.

Para estreitar o diálogo, contamos também com canais de atendimento para cada tipo de parceiro. Além disso, em busca de mais transparência nas relações, lançamos no nosso site a seção Abrindo a Cozinha, que nasceu a partir da escuta ativa junto aos restaurantes e entregadores.

Os Termos & Condições de uso do aplicativo para estes últimos estão disponíveis para consulta neste link, em que explicamos como funciona a relação com o iFood e as regras da plataforma.

Quanto ganha um entregador que usa o app do iFood?

Cada rota rende, no mínimo, R$ 6. O valor pode aumentar em função de alguns fatores:

  • Número de pedidos na mesma viagem, caso haja agrupamento de pedidos;
  • Perfil da cidade;
  • Hora e dia da semana da entrega;
  • Modal utilizado (carro, moto, bicicleta, etc); e
  • Distância percorrida entre o estabelecimento e o consumidor.

Dessa forma o entregador ainda recebe, pelo menos, R$ 1,50por quilômetro rodado na distância total. Isso sem falar na taxa extra que ele ganha se estiver longe do restaurante na hora em que aceitar o pedido no aplicativo. Na maioria das cidades, ela é adicionada a partir de um raio de 5 quilômetros. Portanto, caso tenha que esperar mais de 30 minutos no restaurante, recebe também um adicional equivalente ao valor de meia rota.

E somando tudo isso, quanto vai pro bolso do entregador? Segundo pesquisa do Instituto Locomotiva feita em fevereiro de 2021, a renda média de quem faz entregas de comida por aplicativo é de R$2.154 por mês, quase o dobro do salário mínimo atual.

Por sua vez, os entregadores que utilizam apenas o aplicativo do iFood tiram, em média, R$2.365 por mês. Nesse sentido, esse valor é 48,5% maior que os ganhos médios de quem faz as entregas direto pelos restaurantes, que recebe R$ 1.592 reais por mês.

Além disso, de todos os pedidos feitos no aplicativo do iFood, 70% são entregues pelo próprio restaurante. O restante fica a cargo dos entregadores, que podem atuar na categoria “nuvem” ou por meio do “Operador Logístico (OL)”.

Entregadores-nuvem

Nesse sentido, os entregadores-nuvem são profissionais independentes. Ou seja: escolhem dia, hora e onde querem ficar disponíveis para trabalhar.

Atualmente, representam 80% dos entregadores cadastrados na plataforma.

Os demais atuam via OL, que são empresas plenamente capacitadas na atividade de entrega, que têm contrato firmado com o iFood e que dispõem dos seus próprios entregadores.

E como fica a gorjeta nessa história toda? Depois de entregue o pedido, o cliente pode enviar pelo app uma gorjeta de R$2, R$5 ou R$10, como reconhecimento de satisfação na entrega. Dessa forma, o valor é sempre repassado integralmente para o entregador, sem nenhum desconto.

Quando se trata do entregador nuvem, quem encaminha a gorjeta é o próprio iFood. No caso do entregador de OL, é deste a responsabilidade pelas gorjetas.

CONHEÇA TODAS AS INICIATIVAS QUE O iFOOD FAZ EM PROL DOS ENTREGADORES

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