Tecnologia: a importância da formação para suprir um mercado em ascensão 

Já é um fato que a tecnologia está cada vez mais inserida em processos na nossa rotina pessoal e profissional. Em todo o mundo, a pandemia acelerou a urgência de introduzir as pessoas no mundo digital como solução para problemas que também fazem parte do mundo real (vimos isso no ensino a distância, por exemplo). Segundo o Fórum Econômico Mundial, 70% do valor criado na economia da próxima década virá de plataformas digitais. Hoje, todos os modelos de negócio passam pela necessidade do uso de tecnologias, sejam empresas já nascidas nesse universo ou não. Não há mais organizações em que a inovação tecnológica não seja parte integrante da competitividade e diferencial de mercado. Isso faz com que a busca por profissionais qualificados no setor aumente e a formação em temas relacionados à tecnologia surja como chave importante não só para suprir essa questão como para atender à crescente demanda da área. 

Com essa nova realidade, uma equação de urgente resolução foi lançada: a alta demanda pela tecnologia e a falta de profissionais para esse mercado fez surgir o que tem sido denominado como apagão tecnológico. As empresas passaram então a refletir seus papéis na formação de profissionais, não só para suprir uma alta demanda interna, mas como forma de promover a inclusão social, aumentando a renda das pessoas através da formação em tecnologia. O problema do apagão vai além do profissional de ponta, ele passa por gaps da educação básica pública também. Se queremos resolver o problema de forma estruturante é preciso olhar para a base também. Cerca de 95% dos alunos saem do ensino médio, em instituições públicas, sem ter aprendido habilidades mínimas de matemática, por exemplo, de acordo com dados divulgados pelo Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb). Quando a gente olha para o mundo do trabalho, também há muitas lacunas que precisam ser suprimidas pela educação e em se tratando de profissões do futuro, que exigem habilidades analíticas e especificamente em tecnologia, o problema é maior. Investir desde a educação básica, passando por levar oportunidades de formação em áreas de ciências, exatas e tecnologia, para quem não teria acesso é uma forma de atuar no curto e longo prazo, e essa é a nossa estratégia para a construção de um Brasil com grande capacidade de ser potência tecnológica.

Nas empresas, a transformação digital, proporcionada por meio de reestruturação de processos, digitalização, mudança cultural e foco na experiência dos clientes, passa a exigir uma modificação em funções tradicionais. São cada vez mais procuradas dinâmicas focadas em agilidade e flexibilidade, como o uso de ferramentas e tecnologias que envolvem Big Data, IA, Internet das Coisas, Arquitetura da Informação e habilidades como análise de dados, pensamento crítico, resolução de problemas e aprendizagem ativa. 

O caminho ideal para o desenvolvimento tecnológico e de inovação nas organizações brasileiras é o investimento na formação de profissionais. Por meio dessa direção, o setor privado promove grandes impactos, como a inclusão social e dá suporte para reduzir o índice de desemprego no país. Uma pesquisa da Amcham Brasil com apoio da Accenture, divulgada neste ano, afirma que o PIB do Brasil pode aumentar em até US$ 3,5 trilhões de dólares em 10 anos com intensificação da capacitação em tecnologia. Segundo o estudo, a transformação digital possibilitaria o aumento da renda per capita do país em 13% e o crescimento de até 2% no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano. Trata-se também de uma transformação social. E as empresas podem ter um papel eficiente para ajudar a aumentar as oportunidades de formação e emprego de grupos sub-representados.

A nossa estratégia de educação para mudar o cenário no Brasil considera levar oportunidades de capacitação a pessoas mais vulneráveis, menos incluídas na sociedade e sub-representadas. Com os cursos, oferta de bolsas, dentre outras iniciativas, a empresa tem alcançado bons resultados. A importância desses projetos ganha relevância com o acesso desse público. Desde o início do ano, abrimos mais de 17 mil oportunidades de capacitação em tecnologia e tivemos procura de mais de 39 mil pessoas hoje inscritas na plataforma Potência Tech, que possibilita o acesso a novas oportunidades de formação e empregabilidade na área. Atualmente, são mais de 1.000 pessoas empregadas. Até 2025, nosso compromisso é capacitar mais de 5 milhões de profissionais em habilidades para o futuro do trabalho e outras 5 milhões de pessoas na educação básica. Além disso, iremos fomentar ações para formar e empregar 25 mil pessoas de baixa renda ou perfil sub representado em tecnologia. O Movimento Tech, por exemplo, do qual o iFood é fundador e mantenedor junto à XP Inc. e mais de 30 empresas, vai investir R$100 milhões em capacitação na área de tecnologia até 2025. Lançado em julho de 2022, o projeto já arrecadou mais de R$8 milhões.

As organizações estão cada vez mais atentas e entendem a importância de seus papéis no investimento social privado para melhorar a educação no país. Essa atuação é extremamente relevante, pois fomenta ações que serão testadas e, com sucesso, implementadas pela iniciativa pública. A expectativa é de que mais empresas se engajem por meio de projetos que aceleram o desenvolvimento de aprendizado e aumentam as oportunidades de empregabilidade, ao capacitarem a população para o mercado de trabalho com tecnologia, que está em constante ascensão. 

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